CDS fez "papel de idiota" ao apresentar "iniciativa inconsequente"
O deputado comunista António Filipe afirmou hoje que o CDS-PP fez "papel de idiota" com a sua moção de censura ao Governo porque se trata de "uma iniciativa inconsequente" que "não se dirige ao Governo".
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Política AR/Censura
No debate parlamentar, o tribuno do PCP disse que "o real objetivo" da iniciativa dos democratas-cristãos "não é derrubar o Governo", mas "marcar território à direita".
"O destinatário desta moção não é o Governo, é, principalmente, o PSD e, assessoriamente o recém-criado Aliança, nascido da mesma cepa e envelhecido nas mesmas caves. É uma moção que o PSD poderia apresentar, mas não quer, e que Santana Lopes quereria apresentar, mas não pode", continuou.
Segundo António Filipe, "o país reagiu com a indiferença que é devida a uma iniciativa inconsequente, mas o PSD lançou-se num fascinante debate interno entre David Justino e o comentador Marques Mendes sobre saber quem no PSD anda a fazer papel de idiota".
"Enquanto no PSD se discute quem faz papel de idiota, o CDS chega-se à frente e não deixa os seus créditos por mãos alheias", sintetizou.
Para o deputado comunista "há uma diferença essencial entre o PCP e o CDS em relação à política do Governo", pois "o PCP convergiu com oo Governo PS em tudo quanto o Governo fez de bom" e "o CDS convergiu com o Governo PS em tudo o que o Governo fez de mau".
"Sim, nós temos razões para criticar o Governo, mas não são as razões do CDS", vincou.
António Filipe disse que "o que para o CDS é motivo de censura" constitui "motivo de orgulho" para o PCP, partido que se orgulha "de ter contribuído decisivamente para travar a política de empobrecimento e esbulho definitivo de direitos que o CDS pretendia prosseguir a partir do Governo".
"O PCP não cala as suas críticas ao Governo PS, mas, ao contrário do CDS, não quer que o país ande para trás. Os avanços que se verificaram nestes três anos e meio não podem voltar para trás, pelo contrário. É preciso avançar no investimento público, avançar contra as imposições de Bruxelas, avançar na reposição e na conquista de direitos pelos trabalhadores e pelo povo", desejou.
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