Joaquim Jorge acredita que o decreto-lei do Governo que veio devolver dois anos, nove meses e 18 dias de serviço congelado aos professores é uma medida “à boa moda socialista”. “Dar, mas por conta-gotas e para o futuro”, escreve o fundador do Clube dos Pensadores (CdP), num texto de opinião enviado ao Notícias ao Minuto.
O biólogo de profissão explica, ainda, que “nem todos os professores terão essa benesse”. “Quem é mais velho com mais anos de serviço, estando perto do topo da carreira fica sem esse tempo que lhe daria muito jeito para poder reformar-se”, indica, a título de exemplo.
“A opinião pública e, porque não dizê-lo, muitos professores, ainda não deram conta que o ‘presente’ que o Governo ofereceu - 2 anos 9 meses e 18 dias - não têm efeitos práticos em 2019”, atira.
Os deputados do Bloco de Esquerda, PCP e PSD já anunciaram pedidos de apreciação parlamentar do decreto-lei, definindo o colunista esta decisão como “condenada ao fracasso”.
“Dia 16 de abril é o dia do tira-teimas, mas apesar do PCP, BE e PSD apresentarem uma proposta para contar o tempo de serviço, cada uma delas está condenada ao fracasso”, afirma, vaticinando ser difícil “que cada partido apoie e vote favoravelmente as propostas dos outros”.
Joaquim Jorge termina com acusações ao Governo. “Não há dinheiro para umas coisas, mas continua a haver dinheiro para vigarices, falcatruas e desvios. A obsessão do défice que vinha do anterior governo de Passos Coelho contagiou o Governo de António Costa”, escreveu.
No entender do fundador do CdP, “o dinheiro roubado aos portugueses e ao erário público dava para acolher as reivindicações dos professores, enfermeiros, polícias, etc”.