Relações luso-chinesas sobem de patamar político com contactos anuais
Portugal e a China formalizam hoje, através de um memorando de entendimento, um novo patamar nas relações bilaterais, que passam da parceria estabelecida em 2005 para um "diálogo estratégico", com contactos anuais.
© Lusa
Política Diálogo
O "memorando de entendimento sobre diálogo estratégico entre Portugal e a República Popular da China" vai ser formalizado hoje no Grande Palácio do Povo, em Pequim, onde o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, será recebido pelo seu homólogo chinês, Xi Jinping, confirmou à Lusa fonte diplomática.
Com este memorando, os dois países acordam em proceder a consultas políticas regulares sobre temas bilaterais e de política internacional e em aumentar os contactos entre as autoridades governativas, com visitas mútuas, uma vez ao ano, ora na China, ora em Portugal, ao nível dos ministros Negócios Estrangeiros.
O relacionamento de Portugal com a China passa da atual "parceria estratégica" assinada em 2005 para o patamar da França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos da América, referiu a mesma fonte diplomática.
À chegada à China, na sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa fez alusão a este novo patamar político nas relações luso-chinesas, referindo que estava em curso "um salto qualitativo em termos bilaterais" e que Portugal passaria para o mesmo "nível de potências mundiais ou de países de grande afirmação europeia".
"É o salto qualitativo que é dado durante esta visita, passando de um memorando, que já é do ponto de vista de parceria estratégica muito importante, agora no plano bilateral para mais do que isso", afirmou.
Em declarações feitas na Grande Muralha, ao norte de Pequim, o chefe de Estado acrescentou que Portugal passava assim a ter com a China "um relacionamento político ao nível de países como a França, como o Reino Unido, como os Estados Unidos da América".
Já quando recebeu Xi Jinping em Lisboa, no início de dezembro do ano passado, o Presidente português tinha falado na vontade de "continuar a construir" a parceria entre Portugal e a China "com diálogo político regular e contínuo".
Na atual legislatura, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, teve uma curta reunião com o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, durante uma escala na Base das Lajes, nos Açores, em setembro de 2016, e no mês seguinte o primeiro-ministro português, António Costa, visitou a China.
Em julho de 2017, o então presidente do comité permanente da Assembleia Popular Nacional da República Popular da China, Zhang Dejiang, esteve em Lisboa, onde os dois parlamentos assinaram um memorando de entendimento.
Em 2018, houve visitas recíprocas dos ministros dos Negócios Estrangeiros, em maio e outubro, do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, à China, em novembro, e do Presidente chinês, Xi Jinping, a Portugal, em dezembro.
Agora, Marcelo Rebelo de Sousa retribui essa deslocação, iniciando hoje uma visita de Estado de três dias à República Popular da China, dividida entre Pequim, Xangai e a Região Administrativa Especial de Macau, após participar na segunda fórum "Rota e Faixa", na capital chinesa.
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