Cristas rejeita que tenha mudado de posição, que é "clarinha como a água"

A presidente do CDS rejeitou hoje, em Bruxelas, que o seu partido tenha recuado na questão da contabilização total do tempo de serviço dos professores, afirmando que tem adotado "a mesma posição, clarinha como a água, desde o primeiro minuto".

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© Blas Manuel

Lusa
05/05/2019 13:55 ‧ 05/05/2019 por Lusa

Política

Professores

"O CDS tem a mesma posição desde o primeiro dia (...) Sempre o dissemos e voltamos a dizer: somos favoráveis à contagem de um tempo, que obviamente só pode acontecer quando há condições", designadamente "crescimento económico, sustentabilidade financeira e também revisão da carreira dos professores, avaliação dos professores e aposentação", declarou Assunção Cristas.

Para a líder do CDS, os mal-entendidos em torno da posição do partido, incluindo entre democratas-cristãos, como Pires de Lima, deveu-se ao facto de "todos" terem sido "objeto de uma desinformação generalizada, de uma mentira repetida e com a tentativa de passar a ser verdade", tendo Cristas voltado a acusar o primeiro-ministro, António Costa, de ter montado "uma crise política com base na mentira".

"Aquilo que o senhor primeiro-ministro fez foi vergonhoso. Vergonhoso. Próprio de alguém que pode ter muita habilidade, mas nenhum sentido de Estado", acusou, insistindo que António Costa "mentiu descaradamente a todos os portugueses quando afirmou que o CDS tinha contribuído para carregar sobre as contas públicas".

Cristas, acompanhada do cabeça de lista do CDS às eleições europeias de 26 de maio, Nuno Melo, falava aos jornalistas durante o evento "O Melhor de Portugal", organizado em Bruxelas pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), horas depois de o partido ter emitido um comunicado a esclarecer que os centristas só votarão a favor, em votação final, do diploma dos professores se forem aceites as condições do partido.

A líder do CDS nega qualquer recuo como consequência da ameaça deixada na sexta-feira por António Costa, que anunciou que o Governo se demitirá se o diploma for aprovado na votação final global no parlamento, depois de o ter sido na especialidade, na última quinta-feira, apenas com votos contra do PS.

"O CDS fará uma votação que nunca fez até agora, que é uma votação final global, porque essa ainda não existiu. O que nós votámos na especialidade foram os dois pontos relacionados com a nossa proposta: o tempo que deve ser considerado e a forma, as condições para considerar esse tempo, uma parte gerou um consenso mais alargado, a outra parte não gerou consenso", apontou.

Garantindo que "a posição do CDS nunca mudou" e tem sido a mesma que tem sido comunicada há ano e meio aos professores, pelo que o partido "nunca criou falsas expectativas", Cristas confirmou que o partido votará contra a proposta na votação final global se não incluir as suas condicionantes, pois os centristas só aprovarão o seu pacote, "que é um pacote completo".

"Quando olhamos para o resultado final e entendemos que desvirtua a proposta do CDS, porque a proposta do CDS só faz sentido com o princípio e com a forma de aplicar esse princípio, como é evidente temos de votar contra", disse.

No comunicado divulgado pouco antes, Cristas já explicara que o partido vai avocar, para a votação final global, as propostas do CDS chumbadas na quinta-feira na comissão parlamentar de educação e que condicionavam o pagamento aos professores de uma negociação e de três condições.

A avocação permite que, no plenário da Assembleia da República, se repitam votações da comissão, de modo a confirmá-las ou não.

O parlamento aprovou na quinta-feira, na comissão parlamentar de Educação, uma alteração ao decreto do Governo, com os votos contra do PS e o apoio de todas as outras forças políticas, estipulando que o tempo de serviço a recuperar são os nove anos, quatro meses e dois dias reivindicados pelos sindicatos docentes.

Não ficou estabelecido qualquer calendário de recuperação do tempo de serviço, rejeitando as propostas do PCP e BE nesse sentido, mas foi aprovado, ainda assim, que os dois anos, nove meses e 18 dias devem ser recuperados com efeitos a partir de janeiro de 2019.

Após uma reunião extraordinária do 'núcleo duro' do Governo, na sexta-feira de manhã, e uma audiência com o Presidente da República, à tarde, o primeiro-ministro, António Costa anunciou que comunicou a Marcelo Rebelo de Sousa que o Governo se demite caso a contabilização total do tempo de serviço dos professores for aprovada em votação final global. 

 

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