"Se há quem olhe com desconfiança para países como a Irlanda, com uma taxa de IRC de 12,5%, no CDS queremos ter a mesma taxa de 12,5% da Irlanda dentro dos próximos seis anos. E queremos ver o país a crescer 4% e 5% ao ano como a Irlanda", disse Assunção Cristas no debate sobre o estado da nação, na Assembleia da República, em Lisboa.
A líder centrista tem defendido a baixa dos impostos sobre as empresas, mas não tinha ainda quantificado. Em Portugal, as empresas pagam uma taxa nominal de IRC de 21%.
Para quinta-feira à tarde, o CDS já convocou uma conferência de imprensa para apresentar mais propostas do programa eleitoral e que passam pela também por uma baixa do IRS.
A exemplo do que acontece com a Irlanda, os centristas querem Portugal "a reter e a atrair talentos, a desenvolver áreas novas da economia, a querer liderar no mundo digital".
Daí, justificou, a proposta eleitoral, já avançada, para reformar a formação profissional em Portugal, adaptando-a às necessidades da economia portuguesa, das empresas exportadoras e digitais.
Na sua intervenção, Assunção Cristas recordou que o CDS já tinha, durante esta legislatura, proposto a baixa da taxa do IRC, que, se tivesse sido aprovada, não seria de 21%, mas sim 17%, sem "acréscimo de tributações autónomas".
A líder centrista falou ainda da sua "ambição para Portugal", que passa por tornar o país não só o melhor "destino turístico", mas sim "o melhor destino para estudar, trabalhar, investir ou viver a reforma".
"Queremos ser o melhor destino para as nossas vidas", afirmou, a terminar.
A começar o seu discurso, Cristas assinalou o trabalho da bancada do CDS de "oposição firme e construtiva" e fez uma crítica indireta ao PSD.
"Fomos firmes na oposição -- em muitos casos com o encargo quase exclusivo da oposição, que as duas moções de censura ilustram -- e sempre determinados na construção", disse.
Apesar de muitas das suas ideias terem sido chumbadas, a presidente do CDS afirmou que o partido tentou "criar uma semente fecunda para o futuro" de propostas, como as de apoio à natalidade.
E lembrou os alertas que deixou, ao longo anos, e repetiu hoje, sobre "a pouca atenção dada" à dívida pública, que "continuou a subir em termos nominais" e o "fraco crescimento" económico do país.
Como tem feito em quase todos os debates quinzenais com o primeiro-ministro, Assunção Cristas voltou a criticar o estado da saúde em Portugal e a degradação dos serviços públicos.