O partido Aliança reclamou juntou da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) por considerar existir “um tratamento desigual” das iniciativas dos partidos por parte da comunicação social.
O partido fundado por Santana Lopes considera que os órgãos de comunicação social estão a tratar a Aliança “com o mínimo respeito editorial que é devido a um Estado de direito”, queixando-se que a iniciativa 'Levanta-te do sofá' “só uma vez apareceu num órgão de comunicação social”.
O partido está a percorrer o país ao longo de oito semanas, dedicando cada semana a um tema e recolhendo contributos para a versão final do programa eleitoral que será apresentada a 6 de setembro, um mês antes das eleições. No âmbito desta iniciativa, a Aliança já visitou os distritos de Setúbal, Faro, Castelo Branco, Braga, Vila Real e Lisboa. Esta quarta-feira esteve no Porto.
Depois de ter arrancado com o tema das alterações climáticas e de ter prosseguido com a semana dedicada à Saúde, e outra dedicada ao combate à pobreza, exclusão social e desigualdades, o partido está esta semana focado no tema crescimento económico, produtividade, fiscalidade e inovação.
“Temos assistido a um tratamento desigual das iniciativas dos partidos por parte da comunicação social, que não trata as outras forças políticas por igual”, reclama o partido na carta dirigida tanto à CNE como à ERC.
“O partido Aliança não reclama igualitarismo no tratamento, o qual, aliás, caso verificasse, poderia ser prejudicial, visto que objetivamente tem tomado mais iniciativas e levado a cabo mais ações que muitos dos mais de 20 partidos existentes, dizemo-lo com todo o respeito democrático que todos é devido”, acrescenta.
Conhecendo a "lógica deste sistema político", o partido ressalva que não reclama igualdade. Considera estarem a ser “desrespeitados diversos preceitos legais estatuídos em diplomas como a próprias Leis da CNE e da ERC", e por isso, “reclama apenas Justiça, que se consubstancie num tratamento da parte da comunicação social que, ao menos, seja equitativo”.
Assim, peticiona à CNE e ERC que tomem as medidas conducentes a “uma cobertura noticiosa não inferior a 30% daquela que é dispensada aos partidos atualmente com representação no Parlamento”. Só assim os portugueses podem, “esclarecidamente” eleger os seus mandatários à Assembleia da República no próximo dia 6 de outubro”, frisa.
Por fim, o partido fundado por Santana Lopes, que concorre pela primeira vez a eleições legislativas, diz esperar que o Presidente da República “por uma vez possa dar a devida atenção a esta matéria”. “Se é que a considera merecedora da sua intervenção”, remata.
Recorde-se que nas eleições europeias a Aliança apresentou também queixa à Comissão Nacional de Eleições acusando as televisões de discriminarem os partidos sem representação parlamentar, nomeadamente nos debates entre candidatos.