A polémica das golas antifumo inflamáveis que a Proteção Civil distribuiu no âmbito dos programas 'Aldeia Segura' e 'Pessoas Seguras' continua dar que falar. O líder do principal partido da oposição do Governo já reagiu e classificou a situação, a "ser verdade", de "extremamente grave".
Na Madeira, onde participa este domingo pela segunda vez na festa dos sociais-democratas que se realiza na Herdade do Chão da Lagoa, Rui Rio defendeu que, para além de "uma questão política", este tema deve ser analisado pelo "Ministério Público", a quem "compete ver em que termos as coisas foram feitas".
A empresa que as forneceu, recordou, "dedica-se ao turismo e vendeu um produto que nada tem que ver com turismo". Depois, "é um produto para usar durante um incêndio que é inflamável e que custou muito mais do que aquilo que é o preço de mercado". Para além destes aspetos, "foi comprado a uma empresa detida por alguém que é familiar de um autarca do PS".
Este é, como considerou o social-democrata, "mais um ponto negativo naquilo que tem sido a atuação do Governo, neste caso em concreto no combate aos incêndios e na proteção das populações que é muito relevante. As pessoas têm sofrido muito".
Recorde-se que Rui Rio já tinha reagido na rede social Twitter: "Comprar material inflamável para usar durante um incêndio? Nem sei bem o que dizer".
As 70 mil golas antifumo, fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, custaram 125 mil euros. Fabricadas em poliéster, não terão a eficácia que deveriam ter: evitar inalações de fumos através de um efeito de filtro.
O Ministério Público já ordenou entretanto um "inquérito urgente" à compra das golas antifumo inflamáveis.