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Aumentos dependendo da inflação? BE exige "compromisso mais forte"

Catarina Martins defende, além de financiamento no Serviço Nacional de Saúde, autonomia para as instituições de saúde poderem agir sem terem de esperar por uma "assinatura do ministro das Finanças". Em resposta a Centeno, coordenadora do BE diz que é preciso "compromisso mais forte" para que os serviços públicos funcionem bem e todo o país.

Aumentos dependendo da inflação? BE exige "compromisso mais forte"
Notícias ao Minuto

12:20 - 05/09/19 por Melissa Lopes

Política Catarina Martins

A coordenadora do Bloco de Esquerda visitou esta quinta-feira o IPO de Lisboa e lá constatou alguns problemas que considera “muito importantes” e que são sintomáticos do Serviço de Nacional de Saúde.

O primeiro problema, apontou, é a dificuldade na contratação. “Mesmo no coração de Lisboa, há dificuldade de contratação de profissionais aos mais vários níveis. Não estamos só a falar de médicos e enfermeiros, estamos a falar de técnicos, auxiliares de ação médica”, referiu Catarina Martins em declarações aos jornalistas.

“E o que falta para que se possa contratar é carreiras que as pessoas que trabalham no SNS se sintam respeitadas, que sintam que têm progressão na carreira para aqui ficarem”, completou. Não acontecendo isso, o que se verifica é “que tantas pessoas acabam por preferir ir trabalhar para o privado ou para outros países, e são necessárias aqui”, enfatizou.

Reforçando que o que o IPO de Lisboa faz, “mais nenhuma instituição faz”, a coordenadora do BE repetiu a ideia de que são precisas carreiras. “Temos carreiras especializadas na saúde que não têm tido progressão, há muitos anos que não têm progressão, e têm salários baixos”, apontou.

“O que estes profissionais nos dizem é que não querem ganhar tanto quanto se paga lá fora ou alguns salários milionários no privado. O que querem é um pouco mais porque andaram a perder poder de compra todos os anos. E o que querem também é a certeza da progressão na carreira”.

Catarina Martins falou com preocupação sobre os auxiliares de ação médica que “ganham sensivelmente o salário mínimo nacional” e que “estão aqui todos os dias para apoiar os doentes”.

“Não pode ser. Precisamos de respeitar os profissionais de saúde, precisamos de respeitar a sua carreira, porque essa é única forma de termos gente no SNS”, reforçou, considerando que além do financiamento que é necessário no SNS, as instituições de saúde precisam de autonomia. “Não podem estar à espera meses por uma assinatura do ministro das Finanças para contratar as pessoas de que precisam, ou para a aquisição de equipamento e de medicamentos”, sublinhou.

A falta de autonomia, disse ainda, cria listas de espera e cria mais despesa para o Estado porque não foi feita uma contratação atempada.

"Compromisso mais forte"

Questionada sobre a entrevista de Mário Centeno hoje ao Negócios, Catarina Martins exigiu um "compromisso mais forte" em relação aos salários congelados há muito tempo na Função Pública, como é o caso dos profissionais de saúde. "Não podemos dizer a estes profissionais que eventualmente, se correr tudo bem, talvez não percam poder de compra com a inflação. Não! Precisamos de ter um compromisso mais forte", defendeu. 

Sem querer largar o tema da saúde, a coordenadora do BE vincou que é preciso esse "compromisso" para "fazer o país funcionar, garantir o acesso à saúde, garantir serviços públicos que funcionam bem em todo país", exigindo "maior respeito pelos profissionais": "E isso exige salários que respeitem a especialização e dedicação", voltou a dizer. 

Confrontada com a indecisão de Centeno sobre se continuaria no cargo ou não, Catarina utilizou o mesmo caminho para responder para chegar, novamente, ao tema do dia. 

"Estamos num tempo em que as pessoas vão escolher o próximo Governo e vão escolher tendo em conta os programas. Peço desculpa por me repetir: O que nós vamos fazer do SNS e a capacidade de ter o SNS a funcionar com as melhores condições é seguramente uma das questões maiores do futuro Governo", atirou, justificando ainda:

"Uma campanha eleitoral deve ser sobre isso: centrar-mo-nos no essencial, o que é que o país precisa? No BE, achamos que precisa de um SNS mais forte"

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