PAN aplaude fim de carne de vaca em universidade: "Política com coragem"

A Universidade de Coimbra ambiciona ser a primeira universidade portuguesa neutra em carbono. Para isso, começará por eliminar o consumo de carne de vaca das suas 14 cantinas já em janeiro de 2020.

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Melissa Lopes
18/09/2019 08:10 ‧ 18/09/2019 por Melissa Lopes

Política

PAN

A Universidade de Coimbra (UC) anunciou que vai eliminar o consumo de carne nas cantinas universitárias a partir de janeiro de 2020, uma decisão aplaudida pelo PAN – Pessoas, Animais e Natureza.

“É isto que defendemos, política com coragem”, reagiu o porta-voz do PAN nas redes sociais.

O anúncio da eliminação da carne de vaca das cantinas foi feito esta terça-feira pelo reitor na cerimónia de receção aos estudantes.

Este será o primeiro passo para, até 2030, tornar a UC "a primeira universidade portuguesa neutra em carbono", disse Amílcar Falcão.

"Vivemos um tempo de emergência climática e temos de colocar travão nesta catástrofe ambiental anunciada", sublinhou, na sua intervenção, perante centenas de alunos .

A carne de vaca será substituída "por outros nutrientes que irão ser estudados, mas que será também uma forma de diminuir aquela que é a fonte de maior produção de CO2 que existe ao nível da produção de carne animal".

Agricultores "perplexos" 

Se André Silva aplaude a decisão, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) mostra-se "perplexa"

A CAP afirma, numa nota enviada à agência Lusa, que "a invocada 'emergência climática', desígnio que a todos convoca, não deve - não pode - servir de pretexto para a tomada de decisões infundadas, baseadas em alarmismos incompreensíveis".

"Esta decisão, tomada num contexto universitário, espaço de liberdade e de conhecimento, ainda causa maior perplexidade", critica a confederação do setor agrícola.

Para a CAP, "a anunciada imposição, que privará alunos, professores e funcionários, de um elemento que faz parte da dieta alimentar portuguesa e mediterrânica, é uma limitação à sua liberdade de escolha e contribui para confundir os portugueses, porque é alarmista e assenta em pressupostos infundados".

Sublinha ainda a CAP que a agricultura, onde se inclui a floresta e a pecuária, é a principal atividade desenvolvida pelo homem que mais contribui para a captura de carbono, vincando que "o esforço de descarbonização faz-se com a agricultura e com os agricultores e não contra a agricultura e contra os agricultores".

"As pastagens biodiversas fixam mais toneladas de dióxido de carbono (CO2) do que aquelas que são emitidas, ou seja, há um balanço positivo, que será tão mais positivo quanto mais produzirmos em território nacional com o nosso tradicional tipo de produção", defende. 

 

 

 

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