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Assunção Cristas responde com silêncio a frase de Marcelo sobre Tancos

A líder do CDS, Assunção Cristas, evitou hoje qualquer comentário à necessidade sentida pelo Presidente da República de dizer que não era criminoso a propósito do caso Tancos e apelou a uma penalização do PS nas urnas.

Assunção Cristas responde com silêncio a frase de Marcelo sobre Tancos
Notícias ao Minuto

11:52 - 25/09/19 por Lusa

Política Eleições

Apesar da insistência dos jornalistas, uma e outra vez Cristas disse quase sempre as mesmas frases, com mais ou menos variantes, à margem de uma visita à fábrica da Continental, em Vila Real, integrada na campanha para as legislativas.

Nem mesmo face à necessidade de Marcelo Rebelo de Sousa vir dizer, a partir de Nova Iorque, nos Estados Unidos, que não é criminoso, a líder centrista respondeu: "Nós estamos a tratar de eleições legislativas e não vou comentar mais este assunto."

Assunção Cristas apontou ao Governo e ao PS, pedindo aos eleitores que os penalizem nas urnas, em 6 de outubro, dado que neste caso, afirmou, "degradou a democracia".

"Estamos a uma semana e meia de eleições, o Governo esteve mal, atuou mal, não acautelou o furto e aparentemente foi conivente ou cúmplice no encobrimento ou farsa montada para a recuperação do material", disse ainda.

Nas eleições legislativas, "as pessoas têm na sua mão a maior arma para mostrarem se convivem bem ou mal com este tipo de situação", não só de Tancos, mas também pelo facto de ter havido, ao longo de quatro anos, cinco ex-governantes que foram constituídos arguidos.

Para a líder dos centristas, o CDS foi "até ao limite dos [seus] poderes parlamentares de censura a um Governo que falhou muito ao país ao longos destes quatro anos", no caso de Tancos, mas não só.

Na terça-feira, em Nova Iorque, o Presidente da República reiterou nunca ter sido informado, por qualquer meio, sobre o alegado encobrimento na recuperação das armas furtadas de Tancos, e sublinhou que "é bom que fique claro" que "não é criminoso".

"Espero que seja a última vez que falo sobre a matéria, até porque se aguarda a todo o momento a acusação, no caso de ela existir, e o que haja a investigar contra quem quer que seja, sem qualquer limitação, seja investigado", afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que se trata dos "mesmos factos, os mesmos elementos", de "há três ou quatro meses, que são reapresentados".

TVI noticiou nesse dia que o major da PJ Militar Vasco Brazão se referiu, numa escuta telefónica, ao Presidente da República, como o "papagaio-mor do reino", que, segundo ele, sabia de tudo.

Em declarações à TVI, o advogado de Vasco Brazão, Ricardo Sá Fernandes, afirmou que tal afirmação "não teve em mente atingir o Sr. Presidente da República".

"De resto, o meu representado não tem conhecimento que o sr. Presidente da República estivesse a par dos factos relativos ao achamento do material de guerra furtado em Tancos", disse Ricardo Sá Fernandes, àquela televisão.

O furto de armas de guerra nos paióis de Tancos foi divulgado em 29 de junho de 2017.

Um dos arguidos do processo é o ex-ministro da Defesa Nacional José Azeredo Lopes, que está proibido de contactar com os outros arguidos, com o seu ex-chefe de gabinete e com o antigo chefe de Estado Maior do Exército, general Rovisco Duarte.

Quase três meses após a divulgação do furto das armas, a Polícia Judiciária Militar (PJM) revelou o aparecimento do material, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração com elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.

O processo de recuperação do material militar levou a uma investigação judicial, por suspeitas de associação criminosa, tráfico de armas e terrorismo no furto do armamento e durante a qual foram detidos o agora ex-diretor da PJM Luís Vieira e o antigo porta-voz da PJM Vasco Brazão e três militares da GNR, num total de oito militares.

Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.

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