Estas declarações foram proferidas por António Costa à chegada ao Hotel Altis, em Lisboa, onde a direção dos socialistas vai acompanhar a evolução dos resultados eleitorais.
"É necessário que a estabilidade exista qualquer que seja o resultado", respondeu o líder socialista, antes de ser confrontado pelos jornalistas com a possibilidade de o PS não alcançar a maioria absoluta nestas eleições legislativas.
"O PS nunca estabeleceu essa meta. Essa meta é sempre muito improvável, já que, tendo em conta o nosso sistema eleitoral, requer condições políticas muito particulares. Já disse também que os portugueses não fazem uma avaliação particularmente positiva desse resultado", frisou.
Questionado se já tem à mão os números de telemóvel do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e da coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, para lhes ligar esta noite, após serem conhecidos os resultados, Costa riu-se e observou que a vantagem dos dias de hoje é ter-se sempre a agenda telefónica "permanentemente".
"Até agora, houve contactos com os cidadãos e com os eleitores para cada um procurar obter a maior força eleitoral possível nestas legislativas. Não vale a pena estarmos muito ansiosos", sugeriu.
António Costa deu depois uma resposta mais longa quando foi confrontado com o teor do recete discurso do Presidente da República, durante o qual Marcelo Rebelo de Sousa advertiu para dificuldades que se colocam ao país nos próximos quatro anos.
O líder socialista falou "em realismo" por parte do Presidente da República.
"Todos nós temos consciência que o quadro de incerteza internacional nos próximos quatro anos coloca-nos desafios importantes. Há realidades que ninguém pode desconhecer, como as alterações climáticas, que são um desafio global", exemplificou.
O secretário-geral do PS insistiu então na tese de que esses desafios "requerem estabilidade política em Portugal".
Já sobre a taxa de abstenção, António Costa recusou-se para já a comentá-la, alegando ter dados "muitos desencontrados".