Tal como o Observador avançou na segunda-feira à noite, além de António Costa, a delegação será constituída pelo presidente do PS, Carlos César, pela secretária-geral adjunta socialista, Ana Catarina Mendes, e pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro.
Desta vez, será António Costa a deslocar-se à sede dos partidos com quem vai dialogar sobre condições de estabilidade governativa a partir do novo quadro parlamentar saído das eleições legistas de domingo.
António Costa começa o périplo às 10:00 na sede do Livre, deslocando-se depois à sede do PAN.
Ao início da tarde, pelas 14:00 o líder socialista estará na sede do PEV, seguindo depois para as do PCP, pelas 16:00, e do Bloco de Esquerda às 18:00, onde termina a série de encontros.
Já com os dados que resultarão destes primeiros encontros com as forças parlamentares de esquerda e com o PAN, António Costa terá na quinta-feira uma reunião da Comissão Política Nacional do seu partido para analisar as perspetivas de governabilidade ao longo da próxila legislatura.
Na noite eleitoral de domingo, o secretário-geral do PS disse ser seu objetivo formar um Governo estável de legislatura, repetindo entendimentos políticos com o Bloco de Esquerda, PCP e PEV, e alargando-os agora a forças como o PAN e o Livre.
No entanto, caso uma solução alargada no horizonte de uma legislatura se revele inviável, o líder socialista admitiu governar com acordos pontuais, dizendo que então teria de "trabalhar dia-a-dia" para manter a estabilidade política no país.
Esta ronda inicial de conversações, na quarta-feira, deverá acontecer já com António Costa indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Na segunda-feira, o Presidente da República afirmou que "se for possível em termos de tempo" espera ainda hoje, terça-feira, "receber em Belém o primeiro-ministro que vier a resultar em termos de indigitação da audição dos partidos" com representação parlamentar, que serão ouvidos ao longo do dia.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, existe "uma razão de urgência", que é a realização de "um Conselho Europeu muito importante para discutir o `Brexit´", nos dias 17 e 18 deste mês, quinta e sexta-feira da próxima semana.
"Conviria que o primeiro-ministro indigitado ouvisse os partidos numa composição diferente do parlamento, portanto, já deste parlamento acabado de eleger, sobre os temas europeus, antes da tomada de posição no Conselho Europeu", considerou o chefe de Estado.