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Juras de amor à Geringonça? "Peça esteve em exibição menos de uma semana"

PS decidiu que não faria um acordo escrito só com o Bloco de Esquerda (uma vez que o PCP não queria "o papel") para não hierarquizar parceiros da nova solução.

Juras de amor à Geringonça? "Peça esteve em exibição menos de uma semana"
Notícias ao Minuto

14:44 - 11/10/19 por Melissa Lopes

Política Bloco de Esquerda

A Geringonça tal como a conhecemos na anterior legislatura não vai conhecer a luz do dia. Depois de uma ronda de negociações com os partidos à sua Esquerda, o PS acabou por decidir, esta quinta-feira à noite, que governaria sem acordos (sem papéis) assinados e que negociará caso a caso, medida a medida.

Terminaram assim as expectativas criadas sobre uma possível Geringonça 2.0, expressas nos discursos na noite eleitoral, com o PS a estender a mão também ao PAN e ao Livre.

José Gusmão reagiu à decisão do PS em tom de crítica aos socialistas. O eurodeuptado fala em “juras de amor” À Geringonça que não passaram de um “golpe de teatro”.

“Ontem percebemos que as juras de amor à geringonça do PS na noite eleitoral foram aquilo a que António Costa chamaria um golpe de teatro. A peça esteve em exibição menos de uma semana... ", comentou o bloquista no Facebook.

A Comissão Política Nacional do PS mandatou esta quinta-feira o secretário-geral do partido, António Costa, para formar governo, numa reunião que durou pouco mais de duas horas e na qual os socialistas se congratularam com a vitória que alcançaram nas legislativas.

“Resultou dos contactos [feitos com os partidos de Esquerda e o PAN] que, à semelhança da legislatura agora finda, será prosseguida uma metodologia idêntica de apreciação prévia das propostas de Orçamentos do Estado e de outras relevantes para a estabilidade governativa”, lia-se na nota do PS, distribuída aos jornalistas depois da reunião. 

No documento, o PS sublinhava também que “desses contactos resulta claro que o PS tem condições para formar Governo, tendo todos os partidos manifestado vontade de trabalhar para que haja mais quatro anos de estabilidade política, estabilidade que é essencial para o desenvolvimento do país, para a confiança que gera crescimento e para a nossa credibilidade externa”.

E, por isso, a Comissão Política “decidiu mandatar o Secretário Geral do PS para proceder à formação do Governo”.

Acordo escrito só com o BE? Seria hierarquizar 

Na intervenção que António Costa fez na reunião da Comissão Política Nacional do PS, na noite desta quinta-feira, o secretário-geral do partido disse que - segundo adiantaram fontes à agência Lusa - desta vez não se repetirá a assinatura de declarações conjuntas do PS com o Bloco de Esquerda, PCP e PEV, tal como em 2015, mas salientou logo a seguir que a metodologia de trabalho adotada na anterior legislatura se manterá, sendo agora alargada ao PAN e Livre.

Fonte socialista adiantou à agência Lusa que, se o PS fizesse um acordo escrito de legislatura apenas com o Bloco de Esquerda, estaria agora a hierarquizar parceiros na nova solução política, o que dentro do PS se considera indesejável.

Por outro lado, na sua intervenção, António Costa, para desdramatizar a ausência de qualquer acordo escrito, afirmou que o teor das anteriores declarações conjuntas com o Bloco de Esquerda, PCP e PEV se esgotou há dois anos, a meio da legislatura.

O importante, segundo o secretário-geral do PS, é que o Bloco de Esquerda, PCP e PEV, assim como o Livre e o PAN, estão disponíveis para "análise conjunta prévia de Orçamentos do Estado" e de outros documentos relevantes do ponto de vista político, assim como também não votam moções de rejeição ou de censura vindas de forças da direita.

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