PSD e PS apoiam Guaidó e sanções, PCP não reconhece legitimidade

Eurodeputados de PSD e PS apoiaram hoje o opositor ao regime venezuelano, Juan Guaidó, e sanções internacionais para enfraquecer o poder de Nicolas Maduro, enquanto o PCP sublinhou a falta de legitimidade do atual presidente da Assembleia Nacional.

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© Reuters

Lusa
22/01/2020 17:32 ‧ 22/01/2020 por Lusa

Política

Venezuela

Os parlamentares portugueses falaram aos jornalistas no Parlamento Europeu, em Bruxelas, no dia em que Guaidó se encontrou com o Alto Representante para a Política Externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, e também com várias das principais famílias políticas europeias.

O social-democrata Paulo Rangel foi um dos representantes do Partido Popular Europeu (PPE) nos breves encontros com o insurgente venezuelano, autoproclamado Presidente interino do país sul-americano e reconhecido por cerca de 50 países, nomeadamente Portugal.

"O PSD e o PPE estiveram sempre ao lado dos democratas e da oposição na Venezuela, sempre ao lado do Presidente Guaidó. O PSD tem sido o campeão da defesa dos lusodescendentes e Guaidó está muito consciente do papel da comunidade portuguesa tem desempenhado no seu apoio", disse.

Rangel descreveu uma situação que tem vindo a deteriorar-se recentemente, com "brutal repressão do regime", inclusive através de "células terroristas do Médio Oriente contratadas por Maduro", e revelou que Guaidó "fez um grande apelo ao reforço das sanções" [internacionais à Venezuela] porque, de cada vez que acontecem, "o regime acaba por recuar em determinadas matérias".

"Apenas reconhecemos a eleição de Juan Guaidó, e não a de Luis Parra, como presidente da Assembleia Nacional, eleito de acordo com a Constituição Venezuelana. Desejamos que se realizem eleições presidenciais justas e transparentes, sem qualquer intervenção militar. Apoiamos sanções que se apliquem diretamente e apenas aos responsáveis por esta situação humanitária catastrófica", disse a deputada socialista Maria Manuel Leitão Marques.

Há duas semanas, o parlamento venezuelano tinha prevista a eleição da sua nova direção, votação da qual deveria resultar a reeleição de Guaidó, principal opositor de Maduro, mas o deputado foi retido durante horas pela polícia e agredido à porta da Assembleia Nacional, ao passo que, no interior do hemiciclo os deputados apoiantes do chefe de Estado chavista elegeram Luís Parra, que contou também com o apoio de uma minoria de parlamentares da oposição suspeitos de corrupção.

"Rejeitamos e repudiamos completamente esta posição de alguns grupos políticos e da Comissão [Europeia]. Guaidó autoproclamou-se Presidente da Venezuela, mas não foi eleito pela vontade popular. Há uma ingerência externa da União Europeia, que foi a reboque dos Estados Unidos, tal como o Governo português", afirmou a eurodeputada comunista Sandra Pereira.

Quinta-feira faz um ano que Guaidó jurou publicamente perante milhares de manifestantes, em Caracas, assumir as funções de presidente interino do país até afastar Maduro do poder, convocar um Governo de transição e novas eleições, livres e transparentes, já que considerou que o escrutínio de 2018 foi uma fraude.

A Venezuela, país que conta com cerca de 32 milhões de habitantes e com uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes, enfrenta um clima de grande instabilidade política, situação que se soma a uma grave crise económica e social.

 

 

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