"Como quer o CDS o crescer disputando-o com as franjas?"
O antigo vice-presidente do CDS, que apoiou o candidato João Almeida na corrida à liderança do partido, faz uma análise sobre o desfecho do 28ª Congresso Nacional do partido que decorreu no passado fim de semana, em Aveiro.
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Política Adolfo Mesquita Nunes
Após a eleição do novo líder do CDS no fim de semana, Adolfo Mesquita Nunes defendeu, esta terça-feira, através de uma publicação divulgada no Facebook, que a "grande questão" que se debatia no 28ª Congresso Nacional do partido "nada tinha que ver com continuidade ou com mudança" mas sim com o "crescimento" e "renovação" do CDS.
"A grande questão do Congresso, e teria sido essa a minha intervenção se acaso uma longa vaia não tivesse interrompido um dos nossos melhores, era simples e nada tinha que ver com continuidade ou com mudança: Como quer o CDS o crescer, recuperando o voto urbano e de classe média e jovem que nos chegou em 2009 e 2011, ou ir buscar um outro eleitorado, disputando-o com as franjas?", sublinhou o coordenador do programa eleitoral que o partido apresentou às últimas legislativas fazendo referência aos apupos dirigidos ao ex-ministro António Pires de Lima ao falar sobre Francisco Rodrigues dos Santos, em Aveiro.
No longo texto partilhado, recordando as "muitas divergências" com João de Almeida durante o período em que ambos estavam na Juventude Centrista, Mesquita Nunes recordou que apoiou "sem hesitar" o deputado da bancada centrista por partilharem da mesma visão do CDS.
"Houve uma coisa que sempre tivemos em comum, algo tão forte que, mesmo com todas as divergências, mesmo com todas as adversidades, nos fez encontrar uma e outra vez, sempre do mesmo lado: Um CDS amplo, a grande casa da direita, a direita das liberdades, a direita da contemporaneidade, onde cabemos todos porque todos fazemos falta, onde as tendências servem para somar e não para apontar ou discriminar ou tratar como mascote. Participámos juntos, com cordialidade, nunca com amizade, nesse projecto de abertura do CDS", apontou acrescentando que ambos tinham a expectativa de que um dia o partido "conseguiria voltar, como em 1976, a albergar o espaço da direita, com amplitude e ilusão e inspiração, como movimento reformista".
Sobre a derrota na moção que apoiou nestas eleições internas, ex-vice-presidente do CDS garante que a "circunstância de termos perdido o Congresso" não o impressiona. "Ciclicamente o partido entra em discussões identitárias e o idealista leva a melhor", atirou.
Reafirmando ser contra “a velha tese de que há gente que não vai nunca votar em nós [CDS], que o melhor é cuidar dos 7% ou 8%, e mantê-los tanto quanto possível, que o papel do CDS nunca será o de federar a direita toda mas só alguma", Mesquita Nunes concluiu declarando que é com honra que está "na lista dos vencidos".
"Prefiro perder assim. Perder assim é uma honra. Respeito com certeza os vencedores e a galeria de fotografias que os jornais deles têm feito, demonstrando a renovação. Mas honro-me de estar na lista dos vencidos, não porque perdemos, mas pela forma como perdemos", frisou.
Francisco Rodrigues dos Santos foi eleito, na madrugada de sábado, presidente do CDS, o 10.º da história do partido, para um mandato de dois anos, tendo a sua comissão política nacional vencido com 65,7% dos votos dos delegados. Para além do ex-líder da Juventude Popular, a corrida à liderança do CDS contou com mais quatro candidatos, designadamente, Abel Matos Santos, Carlos Meira, Filipe Lobo D'Ávila e João Almeida.
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