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Iniciativa Liberal quer ouvir com "urgência" a PGR no Parlamento

O partido Iniciativa Liberal quer ouvir com "urgência" a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, no Parlamento, por considerar que a nova diretiva pode pôr em causa "investigações criminais a políticos" e "transparência" dos processos.

Iniciativa Liberal quer ouvir com "urgência" a PGR no Parlamento
Notícias ao Minuto

14:27 - 07/02/20 por Lusa

Política Partidos

"Este pedido, com carácter de urgência, resulta da diretiva da Procuradora-geral da República, que pode levar ao fim das investigações criminais a políticos. Perante a gravidade dos factos conhecidos, o partido Iniciativa Liberal considera que a transparência de todos os processos passará a estar em causa", escrevem em comunicado enviado à imprensa.

Em causa está um parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR), que prevê que a hierarquia do MP pode intervir nos processos-crime, "modificando ou revogando decisões anteriores".

A procuradora-geral, Lucília Gago, determinou que esta doutrina seja "seguida e sustentada pelo Ministério Público (MP)".

Os liberais alegam que este parecer não está datado nem assinado e não menciona os votos contra e a favor da sua aprovação.

Tal facto, continuam, "não impediu a Procuradora-Geral da República de determinar que a doutrina do parecer seja 'seguida e sustentada pelo Ministério Público'".

A IL sublinha que a Procuradora-Geral da República, segundo esta diretiva, passará a deter "poder discricionário de condução" dos processos criminais "em que decida intervir" sem ser possível identificar "porque o faz ou sequer se o faz".

Acrescentam ainda que esta possibilidade não permite "identificar responsabilidades" nos processos e que "pode colocar em causa a independência da entidade que dirige".

A Procuradoria-Geral da República esclareceu esta manhã que o parecer do Conselho Consultivo não atribui à procuradora-geral da República poderes acrescidos de intervenção direta em processos e que os magistrados do MP têm o dever de recusar ordens ilegais.

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