CDS defende 25 de Abril assinalado com palavras de Marcelo
O CDS-PP sugeriu hoje que a tradicional cerimónia evocativa do 25 de Abril na Assembleia da República seja substituída este ano por uma mensagem ao país do Presidente da República, dadas as recomendações de isolamento devido à covid-19.
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Política Cerimónia
Em declarações à agência Lusa, o líder do grupo parlamentar do CDS, Telmo Correia, começou por dizer que a data que assinala o fim da ditadura em 1974 é "uma das datas nacionais mais importantes" e "terá de ser assinalada".
O deputado apontou que "todos os portugueses neste momento estão impedidos das suas próprias celebrações familiares", considerando que "essa é a regra destes tempos, e essa regra devia aplicar-se a tudo".
"Haverá tempo para estas celebrações, comemorações, como de resto para todas as outras" quando forem levantadas as restrições impostas pela pandemia, defendeu Telmo Correia.
O 25 de Abril poderia ser celebrado "com uma mensagem ao país do senhor Presidente da República a um país que estará essencialmente em casa, estará a passar ainda um momento muito difícil e que obviamente ouvirá", propôs, notando que "o principal sinal" que pode ser dado "é um sinal de unidade nacional, é a melhor forma de apelo aos portugueses para que se protejam".
Telmo Correia reiterou que "a Assembleia da República já deveria estar há bastante tempo a funcionar estritamente em comissão permanente", pelo que rejeitou que o plenário esteja cheio para esta comemoração.
Criticando o presidente da Assembleia da República, considerando que Eduardo Ferro Rodrigues "estará preocupado com as comemorações", o líder parlamentar democrata-cristão afirmou que está "preocupado sobretudo com a situação a que país chegará no final do mês de abril e no início do mês de maio".
"Eu acho que é a melhor forma de celebrar a democracia, que é aquilo que para nós representa o 25 de Abril", advogou.
Hoje, a diretora-geral da Saúde estimou que Portugal poderá atingir o pico da pandemia de covid-19 só em meados de maio.
A "grande preocupação" do CDS é saber como será possível "conter" e "responder a esta crise" e essa "é uma preocupação que se sobrepõe a todas as outras".
O Presidente da República defendeu hoje que o 25 de Abril "tem de ser comemorado" porque nem o país nem a democracia estão suspensos, remetendo para o parlamento a forma de assinalar a data durante a pandemia de covid-19.
A Assembleia da República tem agendada para quarta-feira, 01 de abril, uma conferência de líderes, órgão em que se discutem os agendamentos dos plenários.
Ainda no início desta crise causada pela pandemia, que já fez 76 mortos em Portugal, o presidente do parlamento admitiu, em 16 de março, que poderia haver comemorações, afirmando que seria prematuro falar nos moldes em que poderiam decorrer.
"Ainda é cedo, certamente haverá comemorações do 25 de Abril. Neste momento, não se sabe como nem onde, mas certamente haverá", disse.
A edição 'on-line' do Expresso noticiou que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e Ferro Rodrigues já falaram do assunto e são favoráveis a uma comemoração, em versão reduzida, da revolução que derrubou a ditadura em 1974.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 572 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 26.500.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, registaram-se 76 mortes, mais 16 do que na véspera (+26,7%), e 4.268 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 724 novos casos em relação a quinta-feira (+20,4%).
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