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PCP insiste que barragem no Crato "tem de ser uma realidade"

O PCP insistiu hoje na necessidade de construção da Barragem do Pisão, no concelho do Crato (Portalegre), exigindo ao Governo, "mais do que anúncios", a "concretização dos investimentos da responsabilidade da administração central" no distrito.

PCP insiste que barragem no Crato "tem de ser uma realidade"
Notícias ao Minuto

16:43 - 21/04/20 por Lusa

Política Barragem

Em comunicado enviado à agência Lusa, a Direção da Organização Regional de Portalegre (DORPOR) do PCP diz que "regista positivamente" o lançamento da candidatura para os estudos necessários à viabilização da construção da barragem, iniciativa tomada através da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) e cujo aviso publicado prevê um montante máximo legível de 1,3 milhões de euros.

"Tendo sido deliberado pelos municípios por unanimidade que, na ausência do financiamento por parte do Governo dos 20% da componente nacional da candidatura no valor de 260 mil euros, estes serão suportados por todas as autarquias do distrito de Portalegre", assinalam os comunistas.

No comunicado, o PCP critica o facto de na candidatura, apresentada ao Programa Operacional de Assistência Técnica (PROAT), "o Governo em nada comparticipa", pois 80% é assegurado por fundos comunitários e "os restantes 20%, que supostamente deveriam de ser assegurados pela administração central, isto é, pelo Governo, estão a ser suportados pelos municípios do distrito".

"Onde estão afinal as medidas concretas de descriminação positiva com o contributo do esforço nacional para o investimento no interior, por forma a corrigir as assimetrias existentes e concretizar a realização dos projetos há muito identificados fundamentais ao desenvolvimento do nosso distrito", interrogam os comunistas, exigindo "mais do que anúncios", a "concretização dos investimentos da responsabilidade da administração central no distrito".

A Barragem do Pisão, prevista para o concelho do Crato, no distrito de Portalegre, prevê um investimento total de 168 milhões de euros, até 2027.

Além dos 168 milhões de euros para a construção da barragem, acresce ainda um outro investimento de 50 milhões de euros para regadio que deverá abranger uma área de "10 a 12 mil hectares", conforme disse, em junho do ano passado, o então ministro da Agricultura Capoulas Santos.

Em dezembro último, a atual ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, também garantiu que a construção da barragem "vai ser uma realidade" e que já existe financiamento para desenvolver os trabalhos preparatórios.

A Barragem do Pisão, com um espelho de água de sete quilómetros quadrados, prevê produzir energia suficiente para abastecer 75% da população do distrito de Portalegre.

A energia elétrica produzida através de uma central solar fotovoltaica com potência de 150 megawatts (MW) será capaz de gerar cerca de 275 gigawatt-hora (GWh) com entrega à rede através da linha de alta tensão existente.

A água para o abastecimento público terá mananciais anuais de cerca de 3,3 milhões de metros cúbicos.

De acordo com o resultado apresentado por um grupo de trabalho criado por várias entidades, este é um empreendimento "técnica, financeira, ambiental e socialmente viável", que projeta uma área de rega de 12 mil hectares, dispondo de 67 mil metros cúbicos de água anuais para esse efeito.

"Produzirá 275 GWh/ano e perspetiva uma receita de 25,2 milhões de euros por ano, através da central solar fotovoltaica a ser instalada numa área de dois quilómetros quadrados", concluiu o grupo de trabalho.

O Governo anunciou em junho de 2019 que aprovou o relatório do grupo de trabalho que avaliou a viabilidade técnico-financeira do projeto hidráulico de fins múltiplos da Barragem do Pisão.

O grupo de trabalho foi constituído por um representante do ministro da Economia, que coordenou, e elementos da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, Direção-Geral de Energia e Geologia, Grupo Águas de Portugal, Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva e da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo.

Este projeto hidroagrícola, que prevê a submersão da pequena aldeia do Pisão, com 60 habitantes, já foi anunciado por três primeiros-ministros, Mário Soares, António Guterres e Durão Barroso, mas continua por construir.

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