O secretário de Estado do Desporto reagiu, esta sexta-feira, à acusação de favorecimento do laboratório do ex-sócio para a realização de testes, reiterando que se limitou a fazer uma indicação. João Paulo Rebelo negou ainda qualquer envolvimento na nomeação da cunhada, Helena Rebelo, para a coordenação do Centro de Saúde Dão Lafões, e na exoneração do vice-presidente do Instituto Politécnico de Viseu: "É mentira".

O governante está acusado, recorde-se, de alegadamente ter beneficiado a empresa do antigo sócio, o laboratório do Dr. João Cotta - ALS, nesta fase de combate à pandemia de Covid-19. Depois de, há três dias, o ter desmentido em comunicado, João Paulo Rebelo voltou a esclarecer os factos.

Enquanto coordenador região Centro, explicou em declarações aos jornalistas, "estou incumbido de articular da melhor forma toda a resposta do Estado no combate a esta pandemia", incluindo-se aqui os serviços de saúde, da Segurança Social, da educação, do emprego, da cultura, entre outros.

Esta articulação com os municípios, enfatizou, foi feita "sem exceção em todos os distritos da região". E foi no seguimento de um protocolo do Ministério de Trabalho, que estabeleceu a testagem de trabalhadores de lares, profissionais de cuidados continuados e de creches, que "estabelecemos com as Comunidades Intermunicipais (CIM) parcerias para que este trabalho pudesse ser feito".

Na CIM Viseu Dão Lafões, continuou, "este trabalho foi feito identificando capacidades instaladas para que pudéssemos, o mais depressa possível, acudir a essa necessidade: testar trabalhadores, identificar positivos e isolá-los".

No entendimento do secretário de Estado do Desporto, "isso foi feito com total lisura e transparência, numa reunião com 14 presidentes de câmara" e outras entidades. Nessa reunião, "há referência a uma determinada empresa que por acaso é a única que tem um laboratório naquela região", explicou o governante, referindo-se à ALS. Defendeu ainda João Paulo Rebelo que "era do conhecimento de todos os presentes na reunião" que esse laboratório "já estava a fazer 100 testes por dia para o Centro Hospitalar Tondela-Viseu", que não tem essa capacidade.

O governante reiterou apenas ter dado a "informação", cabendo aos "autarcas se articularem para cumprir o objetivo de testar o maior número de trabalhadores. Eu não adjudiquei nada, não faço contratos". 

Rematou o governante que "só com muita imaginação é que se pode tirar deste facto outras interpretações".

No seguimento destas polémicas em torno do governante, António Costa disse ontem que mantém a confiança no secretário de Estado da Juventude e do Desporto, apontando que se assim não fosse João Paulo Rebelo não integraria o Governo.

Esta reação do primeiro-ministro surgiu depois de a Iniciativa Liberal ter pedido demissão do secretário de Estado da Juventude e do Desporto por uma "sucessão de comportamentos não éticos". 

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