"Draghi estraga um bocadinho a narrativa do Governo"
Constança Cunha e Sá comentou, esta terça-feira, as mais recentes declarações dos principais membros do Banco Central Europeu (BCE) e (Comissão Europeia), Mario Draghi e Olli Rehn, sobre a eventualidade de Portugal assinar um programa cautelar no pós-troika. Para a comentadora da TVI24, é preciso “acabar com esta fantasia” pois Portugal não se livrará da troika em Junho como previsto pelo Governo.
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Política Constança Cunha e Sá
Depois de Passos Coelho ter rejeitado qualquer cenário que aponte um segundo resgate, Paulo Portas e Maria Luís Albuquerque seguiram ontem a linha de raciocínio do primeiro-ministro que dá conta de dois cenários possíveis para o pós-troika: uma saída limpa ou a necessidade de um programa cautelar. Esta posição do Governo foi, esta terça-feira, duramente criticada por Constança Cunha e Sá que defende que o “Governo se vai embrenhando cada vez mais num discurso de sucesso”.
Para a comentadora, as declarações proferidas hoje por Mario Draghi e por Olli Rehn “desfazem este cenário” pintado pelo Executivo pois ambos defendem que deverá “haver um período de transição e um programa” assim que a troika abandonar Portugal.
“Draghi disse o óbvio (…) estraga um bocadinho a narrativa do Governo”, disse Constança referindo-se às declarações dos altos membros do Governo. “É difícil explicar que estamos a crescer e depois dizer que não estamos em condições de fazer o que a Irlanda está a fazer”, disse.
Constança Cunha e Sá admitiu ainda que a “Irlanda estragou o cenário positivo do programa cautelar” que o Governo entendia, pois “este programa cautelar não se concilia com a narrativa de sucesso” do Executivo.
Quando questionada sobre o facto de já se ter abordado a questão de um programa cautelar sem que nada fosse mencionado oficialmente, Constança defendeu que “ninguém acredita que não haja conversas informais do Governo com a troika”.
Aqui, a comentadora remeteu-se a um episódio protagonizado pelo ministro da Economia: “Esta cena é um remake de uma cena anterior protagonizada por Pires de Lima quando disse que o programa cautelar ia ser discutido nos primeiros meses do ano”, revelando algo que ainda era desconhecido e não discutido.
Nesta situação, alguns membros do Governo vieram desmentir as declarações do detentor da pasta das Finanças e afirmaram que o assunto ainda não tinha sido debatido com a troika, contudo, relembra a comentadora, Olli Rehn “diz que tem opiniões do Governo, mas em Portugal não se sabe nada sobre as opiniões do Governo sobre o programa cautelar”.
Além de ter tecido duras críticas ao Executivo, Constança Cunha e Sá acusou ainda Cavaco Silva de estar “silencioso sobre assuntos essenciais como sempre”.
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