'Vice' do PSD considera "incompreensíveis" comparações do Presidente
O vice-presidente do PSD Nuno Morais Sarmento classificou hoje como "incompreensíveis" as comparações do Presidente da República entre o caso Centeno e anteriores nomeações de ministros das Finanças para governadores do Banco de Portugal.
© Lusa
Política Morais Sarmento
Em conferência de imprensa na sede nacional do PSD, Morais Sarmento criticou as "sucessivas referências indiferenciadas" que têm sido feitas ao histórico de nomeações para o Banco de Portugal, incluindo - "pasme-se" - as que foram feiras feitas em período da ditadura.
"Sem comprometer o PSD naquilo que vou dizer agora, para mim de todas as declarações que foram feitas a mais incompreensível é a do Presidente da República. Esta é uma questão política, mas também jurídica, o Presidente da República é também um insigne mestre de Direito. É para mim absolutamente incompreensível como é que, apenas por razões políticas, faça tábua rasa da existência de regimes absolutamente distintos antes e depois de 1998", criticou Sarmento.
O vice-presidente do PSD chegou até a falar em "gaffe" e "referência infeliz" do chefe de Estado quando incluiu as nomeações para o Banco de Portugal feitas durante a ditadura.
"Completamente incompreensível, só se for por razões de facilitação política", disse, quando questionado sobre o significado político que atribui a estas declarações.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tem afirmado que não vê nenhum problema na passagem direta do ex-ministro Mário Centeno para governador do banco central.
"Eu já tinha dito que não via problema naquilo que se passou na nossa monarquia, na I República, na ditadura e em democracia, não uma vez, mas talvez duas dúzias de vezes, que foi membros do Governo do Ministério das Finanças, ministros ou secretários de Estado, passarem a governadores do Banco de Portugal", referiu o chefe de Estado.
O 'vice' do PSD defendeu que em 1998 o Banco de Portugal (BdP) conheceu "uma alteração radical do modelo de funcionamento", tendo passado de uma "relação tutelar" com o Governo para ter a sua relação mais direta com o Banco Central Europeu.
"Temos um antes e um depois de 1998 radicalmente diferentes: a partir daí, o Banco de Portugal só teve dois governadores , Vítor Constâncio e Carlos Costa (...) É com a indicação agora pretendida do ex-ministro das Finanças que se levanta, pela primeira vez desde que o BdP conhece um estatuto totalmente independente, um problema sério de incompatibilidade de funções", defendeu Morais Sarmento.
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