Esta posição foi assumida por António Costa na Assembleia da República, após a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2021 ter sido aprovada pelo PS em votação final global com as abstenções do PSD, Bloco de Esquerda e PAN, e os votos contra do PCP, PEV, CDS, Iniciativa Liberal e Chega.
Interrogado sobre o sinal político dado pelo PCP e PEV de votar contra a proposta de Orçamento Suplementar, sinalizando um eventual afastamento em relação ao PS e ao seu Governo, o primeiro-ministro optou por desdramatizar essa opção no plano político, dizendo que se tratou "da exceção que confirma a regra".
"Assim como o Orçamento Suplementar, o primeiro que apresento desde que sou primeiro-ministro, é a exceção que confirma a regra. Obviamente, gostaria que o Orçamento Suplementar fosse aprovado por unanimidade, mas isso é raro acontecer", alegou.
Na perspetiva de António Costa, o PCP e o PEV "não fizeram uma avaliação correta deste Orçamento Suplementar" para 2020, mas disse logo depois ter registado que o líder parlamentar comunista, João Oliveira, afirmou na quinta-feira que "esse voto contra não compromete em nada o diálogo que se tem mantido desde novembro de 2015, designadamente para o Orçamento de 2021 e para os anos seguintes".
"Da nossa parte, continuaremos a trabalhar com o PCP e com o PEV no mesmo espírito que temos feito até agora e gostaríamos que pudesse ser reconstruída uma relação com renovada estabilidade no horizonte da legislatura", frisou o primeiro-ministro.
Na conferência de imprensa, em nenhum momento, António Costa se referiu ao papel do PSD, mas, antes de abandonar o parlamento, despediu-se do presidente social-democrata, Rui Rio, com um toque de cotovelo.