O líder do CDS-PP acusou, esta quarta-feira, o Governo de continuar de férias e "em serviços mínimos, a menos de duas semanas do arranque letivo e sem anunciar as regras e os procedimentos de segurança para o regresso às aulas".

"Nenhuma família sabe, neste momento, quais são as regras para o início do ano letivo e os sentimentos dominantes são a insegurança, o receio e a incerteza. É inaceitável que o Governo continue sem explicar como é que vai acontecer o regresso às aulas presenciais e quais as condições de segurança previstas. O Ministério da Educação tem de dar garantias às famílias que as escolas são lugares seguros para aprender e para ensinar. A ausência de respostas do Governo, assim como um plano que tranquilize as famílias é gritante e inaceitável", atirou Francisco Rodrigues dos Santos, acrescentando que, "face a este silêncio irresponsável e sinistro" do Executivo de Costa, o CDS decidiu colocar seis questões.

O partido centrista quer assim saber "quais são os procedimentos e regras para proteger, alunos, professores e funcionários que são doentes de risco", "de que forma é que o Governo planeia o próximo ciclo de aprendizagens, a nível logístico e de recursos humanos e tendo em conta as regras de distância física e social" e "quais são as medidas, condições e meios a aplicar aos alunos com necessidades educativas especiais".

Nesta conferência de imprensa, o CDS-PP voltou a questionar o Governo sobre o programa Escola Digital, que prevê, entre outras medidas, a distribuição de computadores por alunos e docentes, e para o qual foi anunciada uma despesa de 400 milhões de euros.

Segundo Francisco Rodrigues dos Santos, "até ao momento, nenhum" desses equipamentos foi disponibilizado e "o Governo vai falhar o seu compromisso de no início do ano letivo todos os alunos terem à sua disposição estes equipamentos tecnológicos".

"E queremos saber, pese embora ainda não tenham sido entregues à comunidade escolar, que contrato é este, com quem, e que mecanismo e critério de distribuição vai ser afetado para entregar estes equipamentos aos jovens estudantes", acrescentou.

O presidente do CDS-PP quer também saber "como vai ser operacionalizado o sistema de transporte dos alunos, seja público ou seja escolar", e "quais as medidas, as condições e os meios a aplicar aos alunos com necessidades educativas especiais", em relação aos quais considera ter havido "gravíssimas discriminações e falhas" no período recente sem aulas presenciais.

Ainda durante a mesma intervenção, feita a partir da sede do CDS, em Lisboa, o líder do partido lamentou "que o Governo tenha estado mais preocupado com a Festa do Avante! do que em dar resposta às famílias, alunos e professores".

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