O líder do CDS-PP considerou, esta segunda-feira, no final de uma reunião sobre a evolução da Covid-19 em Portugal, no Porto, que o Governo "está a falhar e a atuar tarde e a más horas" na preparação do regresso às aulas porque muitas famílias "estão inseguras".
"O Governo, infelizmente, está já neste momento a falhar, uma vez que muitas famílias portuguesas, milhares delas, estão absolutamente inseguras porque ainda não compreendem quais as regras de segurança que os seus educandos vão ter nas escolas", começou por dizer Francisco Rodrigues dos Santos.
Na opinião do CDS, o Governo tem ainda muitas respostas a dar, não se podendo queixar de não ter informação por parte dos técnicos, cientistas e especialistas de que procedimentos deve adotar para que o início do ano letivo se faça em segurança.
Neste momento, entendeu 'Chicão', o Executivo tem na sua posse todos os elementos necessários para tomar decisões que evitem uma segunda vaga da pandemia "catapultada" pelo regresso às aulas presenciais.
"Mas, já está a atuar tarde e a más horas porque já existe um grande receio na comunidade", atirou.
Durante a mesma intervenção, o líder do CDS aproveitou para recordar seis questões que colocou ao Governo sobre o regresso às aulas e às quais, segundo o mesmo, ainda não obteve qualquer resposta.
Além da questão da educação, o centrista lembrou ainda a situação dos lares que precisam de ser dotados de mais meios humanos e técnicos, de maior vigilância e fiscalização por parte da tutela para proteger os idosos.
"Os lares continuam a ser responsáveis por 40% da mortalidade em Portugal (...) precisamos de cuidar de quem cuidou de nós", sublinhou.
O que também precisa de ser reforçado é o Serviço Nacional de Saúde (SNS) porque os números de consultas adiadas ou de exames de diagnósticos cancelados são "alarmantes", frisou Francisco Rodrigues dos Santos.
O encontro de hoje foi o primeiro depois do verão e o primeiro a realizar-se no Porto e contou com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa - que saiu sem prestar declarações, ao contrário do que aconteceu em todas as outras reuniões - o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, bem como líderes e representantes partidários, patronais e sindicais.
A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 889.498 mortos e infetou mais de 27,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.843 pessoas das 60.507 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.