Através de uma carta aberta publicada hoje no jornal i, o líder da Juventude Social Democrata, Alexandre Poço, desafiou os presidentes do PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberal, para um acordo de centro-direita, de âmbito nacional, nas eleições autárquicas de 2021.
"Reconhecendo o espírito construtivo com que este desafio é feito, se fosse mesmo para ser sério, teria sido feito em privado e não numa carta aberta", refere a IL num comentário escrito enviado à agência Lusa.
O partido salienta que, "no âmbito autárquico as decisões só podem ser tomadas com situações concretas, concelho a concelho", e aponta que "este desafio deve ser visto numa lógica de posicionamento interno no próprio PSD".
"E quando se procura uma alternativa não socialista, a questão não se coloca apenas no âmbito autárquico, mas sobretudo a nível nacional, pelo que não faz muito sentido o PSD viabilizar propostas e ações do Governo às segundas e quartas e depois pedir coligações no espaço não socialista à sexta-feira", continua a IL.
A nota destaca ainda que, para o partido liderado por João Cotrim Figueiredo, "não se trata de obter o poder pelo poder, mas de primeiro ganhar a luta pelas ideias liberais, contra as ideias socialistas", para que "fique claro o uso" que fará do poder que os portugueses lhe derem.
Na carta dirigida a Rui Rio (PSD), Francisco Rodrigues dos Santos (CDS-PP) e João Cotrim Figueiredo, o líder da Juventude Social Democrata alerta que o debate político está cada vez mais extremado e populista.
"Este acordo, que proponho e pelo qual lutarei dentro do meu partido, olha para as próximas autárquicas como as primeiras eleições -- e por isso, as mais fundamentais -- em que vamos a jogo num clima extremado, populista e perigoso", escreve Alexandre Poço, numa carta aberta e divulgada hoje pelo jornal i.
O líder da JSD sublinha a "mudança acelerada em que o sistema partidário português se encontra", dizendo que esta transformou o debate político "numa discussão extremada e populista, onde parece prevalecer quem grita mais alto ou quem insulta com mais intensidade os adversários".
"O bom senso e a moderação não têm tido dias fáceis. Os populistas ganham força, contaminam o debate com soluções simples e miraculosas para problemas complexos", insiste Alexandre Poço.