Catarina Martins preocupada com cuidados continuados e lares de idosos
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, mostrou-se hoje preocupada com o facto de o Plano de Recuperação e Resiliência não prever uma mudança estrutural no que respeita aos cuidados continuados e aos lares de idosos.
© Global Imagens
Política Covid-
"O plano do Governo, tanto quanto nós percebemos até agora, é pagar a IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) para acolherem pessoas em cuidados continuados ou em lares de idosos, mas não fazer nenhuma mudança estrutural na resposta", disse aos jornalistas em Mangualde.
Segundo Catarina Martins, as IPSS "têm feito o seu trabalho, e em muitos casos um trabalho muito meritório", mas não se pode "continuar a fazer como sempre, quando o como sempre falha".
A coordenadora do Bloco de Esquerda disse discordar de "um sistema em que o Estado não assume responsabilidades, delega tudo nas IPSS, tem fraca possibilidade de fiscalizar, num setor em que a mão de obra é precária e muito mal paga".
Na sua opinião, este era "o momento não apenas de o Governo dizer que vai dar mais dinheiro às IPSS", mas também de mudar estruturalmente a forma como responde ao envelhecimento do Serviço Nacional de Saúde e de "ter mudanças estruturais transformadoras para responder à população".
Catarina Martins disse ainda ver com alguma precaução o que tem vindo a ser anunciado por se tratarem de "programas para milhares de milhões de euros europeus que ainda ninguém sabe exatamente que fundos são".
"Neste momento, ainda não há acordo na União Europeia sobre as fontes de financiamento, o que quer dizer que nós ainda não sabemos se o que está a ser proposto são novos financiamentos que permitem ao nosso país fazer esses investimentos numa situação em que se reforça também para o futuro ou se aquilo que está a ser imposto é mais divida pública para o nosso país, fragilizando também a nossa situação", afirmou.
Neste âmbito, afirmou ser importante que, "para lá dos anúncios de intenções", se comece "a falar no concreto, no que está em causa em cada momento".
"Neste momento, está quase tudo em aberto e por definir", lamentou.
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