A situação política pós-eleições regionais foi introduzida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros no debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2021, depois de José Cotrim Figueiredo (IL) o ter criticado por "tibieza e contemporização" com ditadores.
"Porque somos tão fofinhos com ditadores?", questionou o deputado, aludindo nomeadamente à China, questão que já tinha sido trazida para o debate pelo PAN.
"Esta gravata é açoriana", disse Augusto Santos Silva na resposta. "E eu não pertenço a nenhum partido que esteja encostado a quem gosta de ditadores e tiranos para efeitos apenas de garantir algum apoio governamental", acrescentou.
A resposta, e a alusão ao acordo parlamentar nos Açores, suscitou protestos das bancadas da direita, que levaram o presidente da Comissão de Orçamento e Finanças a pedir calma aos deputados.
"Como veem pelas minhas palavras e pela vossa reação, eu não sou mesmo fofinho com tiranos, nem com vizinhos circunstanciais que se encostem a primos de amigos de tiranos para efeitos de provocar mudanças", insistiu o ministro ao retomar a resposta.