"Passos tem o perfil mais parecido com Sá Carneiro"
As diretas do PSD estão aí à porta e são muitos os que consideram que o líder Pedro Passos Coelho tem mudado o partido. Mas se uns consideram que “está mais à direita do que devia”, outros há, conta hoje o Jornal de Negócios, que defendem que pela “forma como coloca o País à frente do partido fá-lo ter o perfil mais parecido com Sá Carneiro”.
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Política Diretas
Sem adversários na corrida à liderança do PSD, Pedro Passos Coelho enfrenta, este sábado, as eleições diretas do partido, sendo previsível a manutenção do rumo seguido até agora. Algo que agrada a uns, mas menos a outros por ser uma linha mais à direita do que ao centro.
O ex-secretário de Estado, Paulo Júlio, que integra a Comissão Política do PSD, considera, por exemplo, que Passos manifesta “um estoicismo que é raro”, dando como exemplo “o episódio da crise política do verão, [perante a qual] com qualquer outra pessoa teria resultado na queda do Governo”. “A forma como coloca o País à frente do partido fá-lo ter o perfil [de líder do PSD] mais parecido com Sá Carneiro de entre todos os restantes líderes”, acrescenta Paulo Júlio.
No mesmo sentido, Fernando Ruas, ex-líder dos autarcas, defende que com Passos o PSD não perdeu “a matriz social-democrata”, sustentando que “o partido tem uma outra orientação, de pôr as contas públicas em ordem”, uma “cura de emagrecimento” mas com uma “gestão de sacrifícios” bem-feita. Ruas afirma, por isso, ao Jornal de Negócios, que Passos “não desiste ao primeiro obstáculo”.
Já na visão do antigo líder ‘laranja’, Marques Mendes, “esta é, sem dúvida, a direção mais liberal da história do PSD, do ponto de vista retórico e doutrinal” mas, acrescenta, “não é isso que tenho visto”. “Um Governo com características liberais não faria este brutalíssimo aumento de impostos” e “não fez no plano estrutural nenhuma reforma”, concluindo que “este Governo nada tem de liberal, nem na saúde, nem na educação”.
O politólogo Carlos Jalali considera porém que não é fácil definir o conceito de liberal, exemplificam que “Manuela Ferreira Leite ou Pacheco Pereira dirão que o PSD está excessivamente liberal, mas um liberal dirá que ainda não é que chegue”.
Certo é, na opinião do histórico do PSD, Ângelo Correia, que o PSD está diferente “na forma de organização do poder, de liderança, que é menos participativa, e nos objetivos de enquadramento social”.
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