Jornalistas "vigiados ilegalmente"? Cotrim pede responsabilidades
O deputado único do Iniciativa Liberal critica o facto de dois jornalistas terem sido vigiados "ilegalmente" por ordem do Ministério Público. João Cotrim de Figueiredo pede responsabilidades e insta a justiça a agir.
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Política Jornalismo
Depois de a revista Sábado ter avançado que dois jornalistas foram alvo de vigilância policial, ordenada pelo Ministério Público, o deputado João Cotrim de Figueiredo pede "responsabilidades imediatas e que a Justiça atue".
Na rede social Twitter, o deputado único da IL recorda que os jornalistas em causa - Carlos Rodrigues Lima e Henrique Machado - foram "vigiados ilegalmente pela polícia a mando de uma Procuradora do DIAP (fotografados, mensagens vasculhadas, sigilos violados)".
O parlamentar questiona, indignado, "é isto uma democracia? Onde está a liberdade de imprensa?".
Neste sentido, o líder partidário pede que sejam apuradas responsabilidades e que a justiça atue sobre o caso.
Jornalistas foram vigiados ilegalmente pela polícia a mando de uma Procuradora do DIAP (fotografados, mensagens vasculhadas, sigilos violados).
— João Cotrim Figueiredo (@jcf_liberal) January 13, 2021
É isto uma democracia? Onde está a liberdade de imprensa? Exigem-se responsabilidades imediatas e que a Justiça atue.
Já em comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso, o partido defende que "é impensável que uma Procuradora sem qualquer autorização de um Juiz mande a polícia vigiar jornalistas".
A situação é "uma afronta aos valores democráticos e um ataque sem precedentes na nossa história à liberdade de imprensa e, também, ao direito de reserva das fontes".
Portugal, acredita o Iniciativa Liberal, "ainda é uma democracia com instituições que funcionam. Por isso, esperamos que se encontrem responsabilidades o mais rápido possível, a começar por quem na hierarquia preparou, ordenou e sabia destes atos de vigilância".
Recorde-se que a revista Sábado revelou que a procuradora Andrea Marques, do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, ordenou a PSP a fazer vigilâncias aos jornalistas Carlos Rodrigues Lima, da revista, e Henrique Machado, ex-jornalista do Correio da Manhã, atualmente na TVI.
"Com tal diligência, segundo o processo, a procuradora quis saber com quem é que ambos os jornalistas contactavam no universo dos tribunais, apesar de a investigação em causa dizer só respeito a uma eventual violação do segredo de justiça no caso e-toupeira", escreve a revista.
O Sindicato dos Jornalistas já pediu esclarecimentos urgentes à procuradora-geral da República sobre o caso, considerando estar em causa uma clara violação do sigilo profissional e da proteção das fontes de informação.
Leia Também: Vigilância de jornalistas. Sindicato pede esclarecimentos urgentes à PGR
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