Covid-19: Situação "crítica". "Impõe-se intensificar o confinamento"

Vital Moreira enumera aquelas que considera terem sido "as maiores falhas" do controlo da pandemia em Portugal, numa altura em que a situação "ameaça seriamente a capacidade de resposta do SNS e do sistema de saúde em geral".

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Melissa Lopes
18/01/2021 07:52 ‧ 18/01/2021 por Melissa Lopes

Política

Pandemia

O constitucionalista Vital Moreira considera que há três grandes falhas no controlo da pandemia em Portugal que conduziram à atual situação "crítica".

A primeira grande falha, aponta o ex-eurodeputado do PS num artigo publicado no blogue Causa Nossa, foi "a desatenção continuada ao barril de pólvora dos lares de idosos, apesar do 'aviso' do lar de Reguengos de Monsaraz, logo no início da pandemia".

A segunda falha é, no entender de Vital, "o défice e atraso dos inquéritos junto dos infetados para identificar e interromper as linhas de contaminação".

E a terceira, "o monumental falhanço da aplicação StayAway Covid, em que somente uma ínfima parte dos casos de infeção detetados foram registados".

"O baixo nível de civismo e de responsabilidade cívica fizeram o resto", soma-se ainda.

Daquilo que Vital Moreira observa, as três falhas enumeradas "propiciaram que, a partir do início da segunda vaga em outubro, se tivesse perdido progressivamente capacidade de controlo efetivo sobre a contaminação, cada vez mais generalizada, apesar das medidas tomadas para a travar antes do Natal, logo inutilizadas a seguir".

Chegados aqui (recorde-se que Portugal registou ontem o pior domingo da pandemia, ao somar novamente mais de 10 mil infetados e mais de 150 óbitos), "a situação ameaça seriamente a capacidade de resposta do SNS e do sistema de saúde em geral. "Impõe-se intensificar o confinamento", defende, por fim o constitucionalista.

Num outro artigo, Vital Moreira lamenta que, com os números da pandemia (infetados, internados e mortos) a colocarem Portugal entre os países onde a situação é mais grave e o sistema de saúde está à beira do esgotamento, o confinamento "tardiamente decretado" esteja longe de ser observado, "tal o número de automóveis e de gente nas ruas, esplanadas e praias".

"Além dos estabelecimentos de ensino abertos, desde o básico ao superior, há uma série de outras exceções que tornam este confinamento muito menos efetivo do que o da primavera passada e que facilitam os abusos e dificultam a fiscalização das autoridades policiais", aponta, acrescentando que se impõe "reavaliar a situação".

Vital critica a falta de civismo demonstrada pelos cidadãos que encheram este fim de semana as esplanadas e praias da linha de Cascais, muitas vezes sem o uso de máscara. "São bem o retrato deste país".

"Infelizmente, civismo e responsabilidade cívica são bens escassos em Portugal. A falta de investimento em educação cívica e a complacência social com a irresponsabilidade cívica pagam-se caro", finaliza.

O país entrou na última sexta-feira em confinamento geral devido ao agravamento da pandemia, com medidas que têm um horizonte de um mês (podendo ser aligeiradas ou agravadas na segunda quinzena). Esta segunda-feira, o Governo reúne o Conselho de Ministros extraordinário para fazer um balanço dos primeiros dias do confinamento e decidir medidas adicionais de combate à pandemia.

Leia Também: AO MINUTO: Situação "muito crítica"; Que medidas (ainda) mais apertadas?

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