Após ter sido realizada mais uma reunião com especialistas no Infarmed sobre a evolução da pandemia no país, o PCP manifestou-se contra a eventual permanência do confinamento até ao final de março.
"Apesar da descida sustentada do número de incidências e a perspetiva da sua continuação no futuro imediato, o Presidente da República e o Governo preparam-se para manter o atual confinamento até final do mês de março, o que consideramos inaceitável porque despreza todas as consequências no plano económico, social e também de saúde, em geral, dos portugueses", defendeu Jorge Pires, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, num comunicado divulgado esta tarde pelo partido.
Segundo o responsável, no encontro com os especialistas "ficou claro" que "uma das formas mais eficazes de combate à epidemia é avançar o mais rápido possível com o processo de vacinação", o que está a ser impossibilitado devido há "falha de compromisso das farmacêuticas relativamente às entregas que se tinham comprometido contratualmente".
Para Jorge Pires, "o que o país precisa é de reforçar a proteção individual, fazer a pedagogia da proteção, reforçar o Serviço Nacional de Saúde, concretizando todas as medidas aprovadas no Orçamento do Estado".
"Dinamizar a atividade económica, garantidas todas as condições de segurança dos trabalhadores, a atividade cultural e a atividade desportiva, e, simultaneamente, garantir a proteção social a todos aqueles que perderam as suas renumerações, em parte ou no todo, e garantir o salário a 100% aos pais das crianças até aos 16 anos que têm de ficar confinadas em casa devido ao encerramento das escolas", são outras pretensões do PCP, referiu ainda o comunista.
Realizou-se, esta terça-feira, a 15.ª reunião do Infarmed sobre a evolução da situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal, que voltou a juntar peritos, titulares de órgãos de soberania, forças políticas e parceiros sociais.
No final da reunião, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse que Portugal deverá continuar com o nível de confinamento atual até meados de março, e indicou que o país continua com uma "incidência extremamente elevada" de novos casos de contágio pelo novo coronavírus.
Portugal registou esta terça-feira 203 mortes relacionadas com a Covid-19 e 2.583 casos de infeção com o novo coronavírus, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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