Segundo os comunistas, a situação afeta sobretudo mulheres "que, numa situação de precariedade brutal, são despedidas, contratadas, despedidas novamente e chamadas outra vez, através de empresas de trabalho temporário".
"A empresa precisa destas trabalhadoras e é inaceitável que os vínculos destas mulheres sejam com empresas de trabalho temporário em vez de serem efetivas com a própria empresa", refere, em comunicado, o PCP/Póvoa de Varzim.
O partido lembrou que a empresa "aumentou a produção no ano de 2020 e tem em construção uma nova unidade", mas têm em "falta de pagamentos às trabalhadoras".
"Sabe o PCP que a empresa deve dezenas de horas às trabalhadoras, aquando da aplicação do banco de horas. Durante meses, estas mulheres disponibilizaram-se a fazer horas extraordinárias e, agora, veem-lhes negados o pagamento", acrescentam.
Os comunistas garantem que vão levar o assunto à Assembleia da República para questionar o Governo.
Contactada pela agência Lusa, a empresa 'A Poveira' refutou as acusações do PCP, referindo "afirmações falsas e graves", nomeadamente na questão dos despedimentos.
"Não existiu qualquer processo ilegal. Os trabalhadores que o PCP referiu terem saído da empresa foram contratados num regime de trabalho temporário. No final do contrato de 24 meses foram informados, dentro do prazo legal, que o vínculo iria terminar", explicou Sofia Brandão, responsável pela Comunicação da empresa 'A Poveira'.
Segundo a representante da empresa, o recurso ao trabalho temporário "acontece em momentos pontuais, quando é necessário um aumento abrupto da produção".
Atualmente, "os picos de produção não existem e, por isso, não há necessidade de recorrer a esses trabalhadores".
Quanto à denúncia do PCP sobre a falta de pagamento de horas extraordinárias aos trabalhadores, Sofia Brandão disse "ser mentira" garantindo que a empresa "não deve um cêntimo a qualquer trabalhador".
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