Em comunicado, Francisco Rodrigues dos Santos assinalou "com profundo pesar" a morte do tenente-coronel Marcelino da Mata, um dos militares da guerra colonial mais condecorados.
O tenente-coronel morreu hoje, aos 80 anos, vítima de covid-19, no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), disse à Lusa fonte oficial do Exército.
"Portugal deve-lhe a homenagem que em vida nunca lhe prestou", explicitou o dirigente dos centristas, razão pela qual o partido "reclama luto nacional e funeral de Estado" para Marcelino da Mata.
Francisco Rodrigues dos Santos também prestou uma "sentida homenagem" ao Regimento de Comandos do Exército e à Associação de Comandos, pelos "inestimáveis serviços, fundamentais para as liberdades, direitos, regras e instituições que formam e enformam o Estado de Direito", assim como pelo "exemplo de valores e de coragem" para a população do país.
"A sua coragem perdurará na memória de todos nós", concluiu o presidente dos democratas-cristãos.
Marcelino da Mata, natural da Guiné-Bissau, tinha 80 anos e foi um dos fundadores da tropa de elite "Comandos", sendo conhecido nos meios militares como um dos mais "bravos e heróicos" combatentes lusos.
Após a Revolução do 25 de Abril e do fim da Guerra Colonial foi proibido de voltar à sua terra natal, entretanto independente país de origem, e viu-se obrigado ao exílio, em Espanha, até ao contragolpe do 25 de Novembro (que terminou com o Processo Revolucionário Em Curso).
Foi o militar mais condecorado de sempre do Exército, segundo o ramo. Em 1969, foi armado cavaleiro da "Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito", após ter subido sucessivamente de patente, desde soldado a major.
Entre as mais de 2.000 missões de combate em que participou, naquele que é considerado dos teatros de operações mais difíceis da Guerra Colonial, contam-se as emblemáticas: Operação Tridente, o resgate de mais de uma centena de militares lusos no Senegal e a Operação Mar Verde.
Marcelino Mata reformou-se em 1980 e foi ainda promovido a tenente-coronel em 1994. Foi ainda responsável pela segurança da Universidade Moderna, encerrada compulsivamente pelo Governo do socialista José Sócrates, assim como a cooperativa Dinensino, por falta de viabilidade económico-financeira, após vários escândalos e processos judiciais.