Crise? "Vamos ter uma recuperação mais acelerada do que se pensa"
Francisco Assis não prevê uma crise política por razões económico sociais no final da legislatura. Sobre o PS, o presidente do Conselho Económico e Social disse não reconhecer uma divisão no partido e apelou a que os socialistas não fechem a porta de diálogo com o PSD.
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Política Francisco Assis
Francisco Assis, antigo líder parlamentar do PS e atual presidente do Conselho Económico e Social (CES), esclareceu, esta segunda-feira, que não considera que Portugal vá sofrer uma crise política por motivos económico sociais, no próximo outono.
O esclarecimento surge após Francisco Assis ter admitido a possibilidade de uma crise politica no final desta legislatura, em entrevista ao jornal Público e à Renascença, na semana passada.
"A resposta que dei foi que por motivos económico sociais não vamos ser confrontados com uma crise.A vacina mudou isto tudo e se tudo correr bem a partir do outono vamos recuperar. Esta crise económica é de natureza diferente [da de 2011], vamos ter problemas, mas também acho que vamos ter uma recuperação mais acelerada do que se pensa", referiu, em entrevista a Miguel Sousa Tavares, na TVI, acrescentando que, contudo, como disse, não excluiu a hipótese de uma crise por "razões políticas".
PS divido? "Não tem qualquer sentido"
Questionado sobre se concorda com o eurodeputado socialista Pedro Marques - que defendeu que o PS encontra-se divido em três correntes, designadamente, uma centrista, outra moderada e uma terceira radicalizada à esquerda -, Francisco Assis disse não se rever nessa tese.
"Não reconheço essa divisão, que é até um pouco soviética porque nos velhos partidos comunistas havia sempre um centro e depois os desvios, um direitista e outro esquerdista. Acho que não tem qualquer sentido, com todo o respeito pelo meu camarada de partido Pedro Marques", afirmou.
Também sobre o PS, o ex-eurodeputado defendeu ainda que os socialistas não devem excluir o diálogo com o partido à sua direita, ainda que mantenham o diálogo com os partidos da antiga geringonça.
"O PS em nenhuma circunstância deveria excluir o diálogo com o PSD. Isto não significa que não mantenha o diálogo com o BE e com o PCP", referiu.
"Temos que romper com a excessiva polarização do debate político na Europa e também em Portugal"
Ainda sobre a importância do estabelecimento de diálogos em nome da democracia, o ex-líder parlamentar sublinhou que "a esquerda democrática e a direita democrática têm a obrigação de combater os respetivos populismos extremistas", que têm vindo a crescer por toda a Europa e em Portugal.
"Os melhores tempos na Europa foram quando existiu um confronto claro entre uma esquerda moderada, socialista democrata e uma direita moderada, liberal, conservadora, democrata-cristã. Isso foi essencial", defendeu.
"Temos que romper com a excessiva polarização do debate político na Europa e também em Portugal", denotou, considerando que esta polarização "foi uma das piores coisas dos últimos anos em Portugal", que contou tanto com uma radicalização à esquerda como à direita.
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