BE, CDS-PP e PAN querem desconfinamento gradual e insistem na testagem

BE, CDS-PP e PAN, favoráveis à renovação do estado de emergência devido à covid-19, defenderam hoje que o desconfinamento deve decorrer de forma gradual e que a comunicação seja clara, insistindo na importância de aumentar a testagem.

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Lusa
11/03/2021 17:26 ‧ 11/03/2021 por Lusa

Política

Covid-19

Numa intervenção no debate da renovação do estado de emergência, na Assembleia da República, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) considerou que "há três verbos fundamentais para fazer frente ao vírus: testar, rastrear e vacinar".

Pedro Filipe Soares defendeu uma reabertura "com cautela", "dando prioridade" às creches, pré-escolar e primeiro ciclo, e lamentou que o parlamento tenha discutido a renovação do estado de emergência sem conhecer o plano de desconfinamento, assinalando que os deputados tomaram uma decisão "que não é completa, não é plena" pois não foi "completamente informada nem totalmente transparente".

O líder parlamentar do BE frisou também que é essencial "testar, testar, testar" e rastrear para "correr à frente" do vírus e criticou que, embora o Governo tenha prometido mais testes "desde janeiro", a medida seja implementada no "final de março".

Também o presidente do grupo parlamentar do CDS-PP criticou que, "ao fim de vários dias em que o tema tem sido o desconfinamento", o parlamento tenha debatido a renovação deste estado de exceção "sem que o Governo tivesse apresentado" o plano de desconfinamento, e antecipou que tal aconteça "mais uma vez em cima do joelho" e que tem "até ideia que nem em Belém se conhecerá qual é exatamente o plano do Governo".

Telmo Correia, alertou para a necessidade de "não repetir na Páscoa os erros que foram cometidos no período do natal e no início do ano, não repetir o relaxamento" e pediu ao Governo que seja "capaz de planear e de forma a que os portugueses entendam as fases desse planeamento e o que acontecerá em cada um dos momentos".

O deputado defendeu que "as famílias e o país precisavam de um plano mais estruturado e organizado, precisavam de previsibilidade" e de um calendário para a reabertura e frisou que "uma abertura segura e controlada implica também níveis de rastreio e de testagem que, nesta fase, não é compreensível que tenham diminuído".

Pelo PAN, a líder parlamentar Inês Sousa Real assinalou que Portugal está "no bom caminho para o desconfinamento" e pediu que este seja "bem planeado e comunicado e que não se preste a trapalhices ou hesitações" e que haja uma testagem em massa.

"A preparação do desconfinamento tem de ser feita, como já alertámos, de forma planeada, tem de ser feita com peso, conta e medida, de forma a evitar os erros do primeiro desconfinamento e do final do ano passado", vincou a deputada, assinalando também que "a experiência mostrou que as datas predefinidas não são um bom caminho, são antes um salto no escuro".

Os partidos alertaram também para a necessidade de apoios às empresas e às famílias afetadas pelos efeitos do confinamento.

Por seu turno, a deputada não inscrita Cristina Rodrigues destacou "a melhoria dos dados referentes à propagação da covid-19", que revelam "o sucesso do esforço coletivo dos portugueses".

A parlamentar aproveitou ainda o facto de esta semana se ter assinalado o Dia Internacional da Mulher para alertar que "a pandemia teve um impacto muito superior na mulher do que no homem" e para defender que "é urgente aprovar uma diretiva para acabar com todas as formas de violência, 'online' e 'offline', contra mulheres e raparigas, e exploração sexual, para garantir que todas as mulheres tenham o mesmo nível de proteção na União Europeia".

O parlamento autorizou hoje a renovação do estado de emergência até 31 de março para permitir medidas de contenção da covid-19, com o apoio de PS, PSD, CDS-PP e PAN.

A deputada não inscrita Cristina Rodrigues também votou a favor. O BE voltou a abster-se e PCP, PEV, Chega, Iniciativa Liberal e a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira mantiveram o voto contra este quadro legal, que permite suspender o exercício de alguns direitos, liberdades e garantias.

Leia Também: Início do desconfinamento não é "regresso à normalidade", avisa Governo

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