Numa nota enviada à agência Lusa, o gabinete de Cavaco Silva sustenta que a doação, realizada no dia 3 de março, é constituída por 75 pastas de documentos que ainda se encontravam na sua posse, em sua casa, incluindo dossiês das reuniões do Conselho de Ministros, do Conselho de Estado, do Conselho Superior de Defesa Nacional, do Conselho Superior de Informações e do Conselho Superior de Segurança Interna, entre 1985 e 1995.
A correspondência trocada com o Presidente da República, a Assembleia da República e outros órgãos de soberania, assim como com ministros, partidos, clero e outras personalidades, consta igualmente do acervo, revelou o Gabinete do Sacramento.
O gabinete do antigo Chefe de Estado justifica a doação a Belém com o facto de a Presidência da República pretender "preservar a memória de todos os presidentes da República Portuguesa, conservando, valorizando e facultando acesso público a documentação bibliográfica e de arquivo para o seu estudo".
"É intenção do ex-Presidente Cavaco Silva que toda a documentação seja tratada arquivisticamente, para que possa ser consultada por quem o solicitar", sublinha-se na nota enviada à Lusa.
Cavaco Silva doou igualmente um acervo de vários milhares de fotografias, a maior parte das quais já se encontrava em depósito na Presidência da República, e 114 DVD com material em vídeo, também do período entre 1985 e 1995.
Foi ainda formalizada a doação das condecorações recebidas por Cavaco Silva enquanto primeiro-ministro, que se encontravam também já em depósito no Museu da Presidência da República.
Cavaco Silva doou ainda um "conjunto de documentos e objetos relativos à atividade política, académica e pessoal", assim como "referente ao exercício de funções de ministro das Finanças e do Plano e à atividade partidária".
A esta documentação acrescem 27 pastas sobre a atividade diplomática que, em 2016, tinham sido depositadas na Presidência da República, tendo sido fornecida uma cópia ao Ministério dos Negócios Estrangeiros.
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