Da Esquerda à Direita, as homenagens deixadas ao autarca de Torres Vedras
Carlos Bernardes foi encontrado ontem morto em casa. Notícia chocou e entristeceu figuras de todos os espectros políticos, incluindo o Presidente da República, e levou ao decreto de cinco dias de luto municipais e intermunicipais. Veja algumas das homenagens prestadas ao autarca socialista.
© Nuno Pinto Fernandes/Global Imagens
Política Óbito
O dia de ontem foi marcado pela "triste notícia" de que o presidente da Câmara de Torres Vedras, Carlos Bernardes, foi encontrado morto em casa, no Turcifal, em circunstâncias que estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária.
Com 53 anos, o autarca socialista era formado em turismo e liderava o município desde 2015, depois de um percurso autárquico em que se destacou pela aposta no ambiente. Em março, a comissão política de Torres Vedras do PS aprovou a sua recandidatura à presidência do município nas autárquicas deste ano.
Entretanto, foram decretados três dias de luto intermunicipal pela Comunidade Intermunicipal do Oeste (Oestecim), numa "sentida homenagem à memória do presidente torriense que, com o seu empenho, dedicação e determinação, trabalhou afincadamente em prol da promoção, defesa e desenvolvimento do Oeste".
A Câmara de Torres Vedras anunciou também cinco dias de luto municipal.
O PS foi o primeiro partido a prestar condolências pela morte do autarca, manifestando uma "profunda tristeza" pela morte do presidente da Câmara. "Todas as mortes são vãs, mas uma morte de uma pessoa tão jovem, entristece-nos a todos por demais", referiu o partido, numa nota de pesar da direção.
Seguiram-se as palavras da ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, e do secretário de Estado da Descentralização e da Administração Local, Jorge Botelho, que, numa nota enviada às redações, expressaram um profundo pesar pela morte do autarca, endereçando ainda "à família, aos amigos e ao município de Torres Vedras sentidos pêsames" por um homem "dedicado à causa pública e à prossecução dos interesses dos seus munícipes".
Mais tarde, Marcelo Rebelo de Sousa também enviou as "mais profundas e sentidas condolências" à família de Carlos Bernardes: "O Presidente da República recebeu com enorme consternação a notícia inesperada da morte do Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Carlos Bernardes, e envia à família enlutada, nesta hora difícil, as mais profundas e sentidas condolências, que estende a todo o Município de Torres Vedras", pode ler-se numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.
Nas redes sociais, as homenagens também se foram multiplicando ao longo do dia, incluindo de candidatos à presidência daquela Câmara, nas próximas eleições autárquicas.
Numa mensagem publicada no Facebook, Duarte Pacheco, cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP à autarquia manifestou "profundo pesar pelo acontecimento" e enviou condolências aos familiares de Carlos Bernardes, ao PS e ao município.
Já o candidato do Bloco de Esquerda (BE), Jorge Humberto Nogueira, salientou que o concelho "está de luto" e vincou que, apesar de representarem "campos diferentes na política", isso "torna-se completamente irrelevante" neste momentos.
O líder do partido Aliança e também candidato à presidência da autarquia, Paulo Bento, manifestou-se "triste" e "chocado", enviando "sentidas condolências à família".
E ainda o candidato do Chega ao município, Pedro Borges Lemos, apresentou "o mais profundo pesar pelo falecimento do presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, dirigindo aos seus familiares e amigos os mais profundos sentimentos por esta perda".
Funcionário público desde 1988 e autarca empenhado na causa ambiental
Funcionário público desde 1988, Carlos Manuel Antunes Bernardes iniciou a vida autárquica na Junta de Freguesia do Turcifal, no concelho de Torres Vedras, no distrito de Lisboa, onde exerceu o cargo de secretário entre 1989 e 1997.
Enquanto ainda exercia essas funções, entrou para a Câmara de Torres Vedras, como secretário do Gabinete de Apoio Pessoal ao então presidente, Carlos Miguel, cargo que manteve até 1997.
Carlos Bernardes ganhou pela primeira vez a corrida à presidência da câmara em 2017 e foi vice-presidente entre 2005 e 2015.
Foi já como autarca socialista que se licenciou em Gestão de Empresas Turísticas e Hoteleiras, no Instituto Superior Politécnico do Oeste, em 2011. No ano seguinte, concluiu uma pós graduação em Turismo no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, da Universidade de Lisboa. Já em 2015, doutorou-se em Turismo, no mesmo instituto, mas acabou acusado pelo Ministério Público por um alegado plágio na tese de doutoramento, intitulada 'As linhas de Torres, um destino turístico estratégico para Portugal'. Contudo, após ter sido condenado em 2020, o autarca viu a decisão anulada pelo Tribunal da Relação de Lisboa, no início deste ano.
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