Jerónimo de Sousa, secretário-geral e deputado dos comunistas, deixou estas críticas ao PS e uma espécie de caderno reivindicativo ao executivo liderado por António Costa num discurso de nove minutos e meio, na abertura da interpelação, no parlamento, sobre direitos dos trabalhadores.
O PS, acusou, "teve todas as oportunidades para responder às necessidades mais prementes", mas nem quer aproveitar as "possibilidades abertas pelo Orçamento de 2021", viabilizado pela abstenção do PCP.
"O PS resiste, limita, não cumpre face aos problemas dos trabalhadores, ao mesmo tempo que é mãos largas com os grupos económicos e financeiros, em convergência com o quarteto direitista do PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal", disse.
O PCP, afirmou Jerónimo, "não aceita e combate" as opções do PS para a recuperação económica e exige "o aumento geral dos salários como emergência nacional, a valorização das carreiras e profissões e o aumento do salário mínimo nacional para os 850 euros".
Defendeu ainda "a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais", a "limitação da laboração contínua" ou ainda a "eliminação da precariedade".
E voltou a exigir a "revogação das normas gravosas da legislação laboral, nomeadamente da caducidade da contratação coletiva e a reposição do princípio do tratamento mais favorável do trabalhador".
No seu discurso, o secretário-geral dos comunistas fez um retrato sombrio da situação dos trabalhadores e do país, agravado pela crise pandémica, e assinalou o "peso" das responsabilidades do Governo.
As responsabilidades dos socialistas "pesam" na desvalorização dos salários, nas carreiras, dos direitos dos trabalhadores da administração pública ou na falta de meios da inspeção de trabalho.
O Governo optou, disse ainda Jerónimo de Sousa, por "manter as normas gravosas da legislação laboral, com um Código do Trabalho de fragilização e ataque aos direitos dos trabalhadores" ou alterando "para pior", "à vez", por PS, PSD e CDS.
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