Catarina Martins defende que partido "já mudou a política autárquica"
A coordenadora do BE defendeu hoje que o partido "já mudou a política autárquica", destacando o trabalho feito na Câmara de Lisboa com 7% dos votos, o que estabeleceu "novos patamares de exigência" para as eleições deste ano.
© Lusa
Política Bloco de Esquerda
"O Bloco já mudou a política autárquica", defendeu Catarina Martins no discurso de encerramento da XII Convenção Nacional do BE, na qual foi reconduzida à frente do partido.
Na ótica da líder, a campanha para as eleições que deverão ocorrer em setembro ou outubro "começa já com novos patamares de exigência graças a esse trabalho, graças ao trabalho de autarcas do Bloco espalhados por todo o país".
E pediu "a quem duvidar da importância do Bloco nas autárquicas" que veja o que o partido fez "com 7% na Câmara Municipal de Lisboa", município onde nas autárquicas de 2017 elegeu um vereador e firmou um acordo de governação da cidade com o PS.
"É difícil o combate autárquico? Difícil foi garantir manuais escolares gratuitos em toda a escolaridade obrigatória, medida que depois estendemos a todo o país. Difícil foi garantir refeições de qualidade, difícil foi aprovar planos plurianuais e impor concursos para atribuir apoios, trazendo transparência à política autárquica. Difícil foi tirar as salas de consumo vigiado do papel e concretizar o que está na lei há mais de 20 anos", salientou.
E continuou: "Difícil foi encontrar soluções para as pessoas sem abrigo e mudar a resposta, não discutimos hoje abertura de estações de metro mas abrigo que respeita e casas para quem precisa. É difícil, mas estamos a fazer".
A coordenadora do BE assinalou igualmente outras influências do BE, destacando que, "se há uns anos" os bloquistas lutavam "quase sozinhos contra a entrega a privados da água em tantas autarquias, hoje todos reconhecem o erro e a exigência é a tarifa social automática da água em todo o país", se "o recurso aos contratos emprego inserção foi a solução das autarquias para quase tudo, hoje a exigência tem de ser a vinculação de precários nas autarquias" e se o interior "seria terra sem esperança e perdida no passado", hoje "já se marcha por todos os direitos".
"Transparência, responsabilidade, responder pela habitação e pelo clima, combater as desigualdades. É essa a força do Bloco em cada autarquia, em todo o país", frisou.
As eleições autárquicas foram um dos temas abordados ao longo da XII Convenção Nacional do BE, que decorreu entre sábado e hoje, em Matosinhos, no distrito do Porto, com alguns aderentes bloquistas a alertar para a dificuldade do combate eleitoral e a necessidade de um resultado.
A moção à convenção da direção, que foi hoje aprovada, rejeita qualquer coligação "com os partidos de direita e com o PS" nas próximas eleições autárquicas, mas assume a disponibilidade dos bloquistas "para todas as responsabilidades" nos municípios e freguesias.
Nas últimas eleições autárquicas, em outubro de 2017, o BE teve um aumento expressivo de votos, conseguiu recuperar um vereador em Lisboa e eleger mandatos para autarquias inéditas, mas falhou a conquista de uma câmara, objetivo que havia sido traçado por Catarina Martins, ficando-se pelos 3,29% dos votos na contagem para as câmaras municipais.
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