Volt: Tiago Matos Gomes quer tirar obstáculos do espaço público
O candidato do Volt Portugal à presidência da Câmara de Lisboa, Tiago Matos Gomes, critica a gestão que tem sido feita do espaço público pela liderança socialista e defende que a cidade deve "dar uma volta".
Política Autárquicas/Lisboa
"Lisboa tem um grande problema de gestão do espaço público. [...] Não se consegue andar num passeio em Lisboa sem encontrar um obstáculo qualquer. Isto parece uma questão menor, mas não é", afirma o candidato, em declarações à agência Lusa.
Na opinião de Tiago Matos Gomes, o executivo municipal não pode continuar a permitir múpis publicitários "no meio de passeios" e o estacionamento de carros em cima de passadeiras e de passeios também deve ser "severamente punido".
"Às vezes dá a sensação de que os responsáveis pela Câmara Municipal de Lisboa não andam a pé na cidade. Porque se andassem, percebiam que há muita coisa que está mal feita, que está errada", salienta.
O candidato destaca ainda que outro dos "problemas que têm de ser resolvidos" em Lisboa é referente aos bairros camarários, que "têm uma construção péssima", pelo que o município deve "começar a isolar as casas termicamente".
Tiago Matos Gomes nasceu no Chiado, em Lisboa, em 25 de abril de 1975. Filho e neto de militares, viveu em diversos pontos do país quando era 'miúdo'.
Chegou a viver em Bruxelas três anos, devido à profissão do pai, e regressou a Portugal para se licenciar em Ciências da Comunicação na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, entre 1994 e 1999.
Estagiou na TSF em 1999 e no ano seguinte ingressou na redação do Diário de Notícias, onde foi jornalista até 2019, altura em que já estava a trabalhar no movimento Volt.
Quando ainda frequentava a faculdade, entrou na Juventude Socialista (JS), mas acabou por desfiliar-se do partido em 2002 por estar descontente com a forma como o PS funcionava e por considerar incompatível fazer parte de um partido e cobrir a Câmara de Lisboa enquanto jornalista.
Antes de fundar o movimento Volt Portugal, em 2017, fez parte de alguns movimentos federalistas.
Questionado sobre o que o levou a aceitar o desafio de se candidatar à autarquia lisboeta, Tiago Matos Gomes diz que sentiu que "enquanto presidente do mais recente partido português" tinha o dever de "dar a cara" pela cidade onde nasceu.
"É a cidade que eu adoro, onde vivo [...] e, portanto, sei quais as qualidades e os defeitos da cidade, o que é que está a ser bem feito, o que é que está a ser mal feito", afirma, acrescentando que a Lisboa "precisa, de facto, de dar uma volta porque, comparativamente a outras cidades europeias", está "a ficar para trás".
Em termos de objetivos para as próximas eleições autárquicas, o candidato sublinha que são as primeiras do partido e que "qualquer voto conquistado é um voto ganho".
"Não temos ainda muita noção do que é que o partido vale", admite, acrescentando que gostaria que o candidato à Assembleia Municipal de Lisboa Miguel Macedo fosse eleito.
Nos tempos livres, Tiago Matos Gomes gosta "muito de andar a pé em Lisboa", de ir ao teatro e de aproveitar uma série de atividades culturais que a cidade proporciona.
O Jardim da Estrela é um dos locais que mais frequenta, mas também gostar de passear pelo Chiado, Bairro Alto e Bica.
"Andando ao pé percebe-se perfeitamente os problemas da gestão do espaço público que existem. [...] Acho que um bom candidato para Lisboa tem de viver a cidade, tem de passear pela cidade e tem de perceber e falar com as pessoas", considera.
Para a corrida à presidência da autarquia, atualmente liderada por Fernando Medina (PS), foram até agora anunciadas as candidaturas de Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU), Bruno Horta Soares (IL), Nuno Graciano (Chega), Beatriz Gomes Dias (BE) e Manuela Gonzaga (PAN), além de Tiago Matos Gomes.
O executivo de Lisboa é atualmente composto por oito eleitos pelo PS (incluindo dos Cidadãos por Lisboa e do Lisboa é muita gente), um do BE, quatro do CDS-PP, dois do PSD e dois da CDU.
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