Se Berardo cometeu crimes "deve ser condenado por isso"
O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) pediu hoje "que seja feita justiça", a propósito da detenção do empresário Joe Berardo e do advogado André Luís Gomes, já que "quem pratica crimes deve ser condenado por isso".
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Política PEV
Interpelado a propósito da detenção do empresário, José Luís Ferreira referiu que "se há uma censura social, agora deve ter também reflexos do ponto de vista da privação da liberdade" ou de outras medidas "que venham a ser decididas" pelos tribunais.
"O que nós esperamos é que seja feita justiça. Se ele [Joe Berardo] foi detido, é porque há suspeitas fortes da prática de crimes. E, na nossa perspetiva, quem pratica crimes deve ser condenado por isso", sublinhou o deputado e elemento da Comissão Executiva Nacional do PEV, em conferência de imprensa no final das jornadas parlamentares do partido, no Barreiro, distrito de Setúbal.
O parlamentar recusou fazer mais comentários sobre o assunto, sustentando que "à Justiça o que é da Justiça, à Política o que é da Política", e é preciso deixar os "órgãos de investigação criminal e os tribunais trabalharem" para "que se faça justiça".
O empresário Joe Berardo e o seu advogado André Luís Gomes foram hoje detidos no âmbito de uma operação que visou "um grupo económico" que terá lesado vários bancos, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta manhã que fez buscas em Lisboa, Funchal e Sesimbra numa operação que visa "um grupo económico" que terá lesado vários bancos, por suspeita de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento.
A PJ indica em comunicado que se trata de um grupo "que entre 2006 e 2009 contratou quatro operações de financiamentos com a Caixa Geral de Depósitos, no valor de cerca de 439 milhões de euros" e que terá causado "um prejuízo de quase mil milhões de euros" à Caixa, ao Novo Banco e ao BCP.
A PJ fez 22 buscas domiciliárias, 25 não domiciliárias, três buscas numa instituição bancária e uma num escritório de advocacia.
Na investigação, que começou em 2016, foram identificados "procedimentos internos em processos de concessão, reestruturação, acompanhamento e recuperação de crédito contrários às boas práticas bancárias".
Os investigadores procuram indícios de "atos passíveis de responsabilidade criminal e dissipação de património".
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