Parlamento recorda médico e professor António Coimbra de Matos
A Assembleia da República recordou hoje o professor e médico António Coimbra de Matos, que morreu no dia 01 de julho aos 91 anos, como uma "incontornável figura da saúde mental".
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Política Óbito
Com familiares nas galerias do parlamento, o voto de pesar apresentado pelo PS foi aprovado por unanimidade, depois de Fernando Negrão, a presidir ao plenário de hoje, ter recordado António Coimbra de Matos como "um homem raro".
António Coimbra de Matos nasceu a 20 de dezembro de 1929, natural da Lixa em Felgueiras, formou-se em Medicina no Porto, mas foi em Lisboa que desenvolveu a sua carreira que se baseou em três eixos, resumidos pelo próprio: "Fiz-me psiquiatra, para não ter de ir ao psiquiatra; psicanalista, na procura de me entender; professor, com a finalidade de aprender", afirmava.
Especializou-se em psiquiatria em 1959, dirigiu o Centro de Saúde Mental Infantil e Juvenil e o Departamento de Pedopsiquiatria do Hospital D. Estefânia, onde fez o seu trabalho hospitalar até se reformar.
Em 1982 iniciou a sua carreira de docente na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, tornando-se, a partir de 1990, professor associado convidado do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), sendo Doutor Honoris Causa desde 2012.
"Mais do que médico, António Coimbra de Matos procurou investir no ensino e formação de novos psicanalistas, fazendo do espaço de aprendizagem um espaço de criatividade, de afetos e partilha", refere o texto do voto dos socialistas.
Além de ter escrito vários artigos e livros, António Coimbra de Matos foi fundador e presidente de diversas sociedades científicas, nomeadamente da Sociedade Portuguesa de Psicossomática, da Associação Portuguesa de Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica e ainda do Colégio de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Ordem dos Médicos.
Nos últimos anos de vida, desenvolveu a sua atividade na Sociedade Portuguesa de Psicanálise (SPP), como analista didata e presidente da comissão de ensino.
"António Coimbra de Matos deixa um legado assinalável e uma mensagem de esperança na humanidade, tendo marcado inúmeras gerações de alunos, colegas e leitores da usa vasta obra", conclui o voto.
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