BE não revela data de reunião com Governo, mas tem prioridades definidas
Para a próxima reunião com o Governo, em data que não foi revelada publicamente, o Bloco de Esquerda leva as prioridades bem definidas. Em época de pandemia a saúde está, naturalmente, no topo da 'lista'.
© Getty Imagens
Política OE2022
De visita à primeira sala fixa de consumo assistido de drogas em Portugal, que se situa em Lisboa, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) não levantou o véu quanto à data em que o partido se reunirá com o Governo no âmbito das negociações do Orçamento do Estado (OE) para 2022, mas relembrou as prioridades.
"Se o Governo quiser revelar as datas das reuniões, assim o fará, eu não o tenho feito, nunca o fiz. Vamos ter uma reunião em breve e isso é público. As prioridades do Bloco de Esquerda também são conhecidas: saúde, acesso à saúde, Serviço Nacional de Saúde (SNS), as carreiras dos profissionais de saúde para que possam continuar a fazer o trabalho que estão a fazer. E, claro, as questões do trabalho e da proteção social que são fundamentais no momento de crise que estamos a viver", indicou Catarina Martins, esta quinta-feira.
Questionada em relação ao debate do Estado da Nação, que decorreu ontem no Parlamento, a líder bloquista manifestou que as "preocupações" não se dissiparam. Porém, vincou, "as negociações fazem-se à mesa e as reuniões podem servir para haver compromissos e se avançar. Para nós, é um problema que as questões de carreira e de fixação de profissionais do SNS estejam a ser constantemente adiadas porque estes profissionais estão exaustos".
Para além da problemática da Covid, acrescentou, os profissionais de saúde têm de lidar com "as questões das sequelas que fazem enorme pressão [nos hospitais] e com os cuidados não Covid. Vamos para o segundo ano em que estes profissionais não sabem se conseguem ter férias e, portanto, temos uma situação pesada sem respostas".
Mas há mais. Em relação ao investimento no SNS, a parlamentar lembra que "tínhamos metas de investimento anual ainda antes da pandemia que o Governo agora coloca no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR); um dos exemplos é a saúde mental. Nas questões da proteção social, preocupa-nos também muito esta ideia de quem vai perdendo os apoios e vai-se candidatando a apoios sempre mais frágeis, nomeadamente quando estamos na quarta vaga pandémica e tanta gente que perdeu o seu rendimento sabe que não vai encontrar trabalho".
Para Catarina Martins, "a política de mínimos" que o Governo tem levado a cabo "saiu muito cara ao país", dando o exemplo do adiamento dos "investimentos necessários".
"Quando nós dizíamos é preciso alargar a testagem já e aumentar a saúde pública já para prevenir nova vaga, o Governo dizia o ano passado: 'não, este verão já vai ser de retoma' e não preparou a segunda vaga, não preparou a terceira, não preparou a quarta. Adiou sempre os investimentos", criticou.
Cada vez que os investimentos são adiados, segundo a coordenadora do BE, "Portugal fica com um enorme problema sanitário, social e económico".
"Fazermos de conta que este não é um problema prolongado, com efeitos prolongados que precisa de investimento, fazer de Portugal um dos países da UE que menos gastou na resposta à pandemia, não faz nenhum bem à nossa economia nem às nossas contas públicas", condenou.
[Notícia atualizada às 13h07]
Leia Também: OE2022. "Seria um erro" intransigência do Governo nos apoios, diz Bloco
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com