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"Enganaram-se nos cálculos os que confiaram neles"

O antigo ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, escreveu hoje na sua habitual coluna de opinião do Diário Económico que o Governo não cumpriu o “programa de ajustamento inicial”, razão pela qual o ajustamento – e parafraseando o Presidente da República - “tem sido mesmo mais duro do que aquilo que inicialmente se antecipava”. “Erros de cálculo houve, mas foram outros”, escreveu o antigo governante.

"Enganaram-se nos cálculos os que confiaram neles"
Notícias ao Minuto

08:10 - 28/02/14 por Notícias Ao Minuto

Política Pedro Silva Pereira

Todas as semanas, Pedro Silva Pereira tem à sua disposição uma coluna de opinião no Diário Económico. Esta semana, o espaço foi dedicado às declarações de Cavaco Silva que disse que o “ajustamento tem sido mesmo mais duro do que aquilo que inicialmente se antecipava”. No entanto, o antigo governante explicou que esta questão ficou a dever-se ao facto de o Governo “não ter cumprido o programa de ajustamento inicial”.

“A diferença entre previsões e resultados só exprimiria um verdadeiro ‘erro de cálculo’ do programa de ajustamento inicial se o programa executado tivesse sido o programa inicialmente previsto”, escreveu Pedro Silva Pereira.

O problema, explicou, é que as “múltiplas alterações introduzidas nas dez revisões trimestrais do programa subverteram radicalmente os equilíbrios do programa inicial e conduziram à execução do dobro das medidas de austeridade inicialmente previstas”.

Para o ex-ministro do governo de Sócrates, houve realmente “erros de cálculo”, mas não de origem matemática.

“Erros de cálculo houve, mas foram outros. Enganaram-se nos cálculos os que optaram por provocar a crise política que arrastou o país para a ajuda externa (…). Enganaram-se nos cálculos os que prometiam resolver tudo cortando nas gorduras do Estado, nos desperdícios, nas fundações e no ‘Estado paralelo’. Enganaram-se nos cálculos os que prometiam aos quatro ventos que não iriam aumentar impostos e juravam salvaguardar os empregos, os salários e as pensões”.

“Enganaram-se nos cálculos os que confiaram neles”, concluiu.

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