Eleições europeias são cruciais para travar populismos
As forças populistas e eurocéticas vão aproveitar ao máximo as eleições europeias de maio pelo que combater essas tendências exige uma participação maciça dos cidadãos, defenderam hoje políticos europeus.
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Política Político
O calendário eleitoral europeu foi hoje um dos temas em debate em Madrid, numa conferência organizada pelo Berggruen Institute on Governance (BIG) e em que estão em debate europeus.
Políticos europeus de vários quadrantes analisaram, entre outros temas, o aumento do populismo e das forças eurocéticas, o que pode, sublinharam, por em risco todo o espaço europeu.
"As eleições europeias são magníficas para castigar governos, os grandes partidos e essa Europa que se vê como madrasta que nos castigou, especialmente no sul. Como se combate isso? Garantindo que os pró-europeístas vão votar", disse o líder socialista espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba.
"Temos que convencer as pessoas de que o problema não é a Europa, mas uma certa política europeia. E que a saída depende da Europa. E que sim, temos que mudar e fazer as coisas diferentes e de forma mais rápida", disse.
Para Rubalcaba, é igualmente vital "convencer o resto da Europa de que sem o sul não se vai a lado nenhum" e que os movimentos populistas, que são "anti-imigração e antieuropeus" resultam de erros na política europeia e da tensão criada entre o norte e o sul.
Michel Barnier, vice-presidente do Partido Popular Europeu, manifestou-se igualmente muito crítico face à "demagogia, o nacionalismo e o populismo", ainda que seja importante escutar os cidadãos que votam nas forças populistas.
"Na batalha contra o populismo, não basta criticar é preciso responder com reformas e mudanças", disse o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros francês.
"Temos que restabelecer a confiança entre nós porque entre muitos países não se respeitam algumas regras do euro e falta confiança. E temos que falar de política que interessa às pessoas: digital, industrial, energética e outra", afirmou.
Guy Verhofstadt, da Aliança de Liberais e Democratas pela Europa (ALDE), também aludiu aos erros na gestão da crise, considerando que a situação que se vive hoje na Europa é "de natureza económica, mas sobretudo de natureza política".
O desafio do voto a 25 de maio, disse, é convencer as pessoas de que "é um erro profundo entrincheirar-se dentro das fronteiras nacionalistas".
Monica Frassoni, dos Verdes europeus, insistiu que não se pode pensar que os antieuropeus estão a ganhar, mas que, para isso, é necessário ser empenhado e evitar a submissão.
Para Íñigo Méndez de Vigo, secretário de Estado dos Assuntos Europeus espanhol, é essencial deixar de lado o discurso derrotista, já que "dizer que tudo é um desastre, dá armas aos populistas".
"Estamos representados por diferentes partidos, mas o consenso une-nos. A Europa constrói-se à base de acordos", disse.
Méndez de Vigo recordou ainda que em maio os eleitores europeus votarão, pela primeira vez de forma indireta, quem será o próximo presidente da Comissão Europeia, algo que dá ao sufrágio "grande importância".
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