Afeganistão. Ana Gomes critica Portugal acolher "50 refugiados, apenas"
A socialista considera que a situação que se vive no Afeganistão imporia que Portugal recebesse "5.000 ou 50.000" refugiados afegãos.
© Getty Images
Política Ana Gomes
Ana Gomes, antiga eurodeputada do PS e candidata à Presidência da República nas últimas eleições, considerou insuficiente o número de refugiados afegãos que Portugal se disponibilizou a receber, para já, no âmbito da chegada ao poder dos talibãs no Afeganistão.
"50 refugiados. Não 5.000 ou 50.000. Como a emergência humanitária no Afeganistão impõe. Como a necessidade para contrariar o declínio demográfico nacional imporia... 50 refugiados, apenas", lamentou num comentário deixado, esta quinta-feira, na sua página oficial do Twitter.
Mas a socialista não se ficou por aqui e ainda acrescentou: "E o peso de todo o Portugal em basófia governamental. Ai, inclemência!".
50 #refugiados. Não 5.000 ou 50.000. Como emergência humanitária no #Afeganistão impõe. Como necessidade p/ contrariar declínio demográfico nacional imporia...50 refugiados, apenas. E o peso de todo o Portugal em basófia governamental. Ai, inclemência!!!!https://t.co/mcjtMxd2qY
— Ana Gomes (@AnaMartinsGomes) August 18, 2021
De acordo com o anúncio feito na quarta-feira por Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, Portugal vai acolher 50 refugiados afegãos para já, numa fase "mais imediata".
A prioridade agora, explicou o governante, é de acolher cidadãos que colaboraram com as forças internacionais e que se sentem mais ameaçados pelos talibãs.
Numa fase posterior, no quadro das mesmas organizações, Portugal, assim como outros Estados-membros, irão acolher um maior número de refugiados: "Há uma obrigação moral da Europa em apoiá-los", reiterou o ministro.
Depois de tomarem 30 de 34 capitais provinciais em apenas dez dias, os talibãs entraram em Cabul no passado domingo, quase sem encontrarem resistência das forças de segurança governamentais, proclamando o fim da guerra e a sua vitória, o que assinalou o seu regresso ao poder no Afeganistão 20 anos após terem sido expulsos pelas forças militares dos Estados Unidos e seus aliados da NATO.
Foi o culminar de uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares estrangeiras, cuja conclusão estava agendada para 31 de agosto.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, considerado o autor moral dos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.
Depois de terem governado o país de 1996 a 2001, impondo uma interpretação radical da 'sharia' (lei islâmica), teme-se que os extremistas voltem a impor um regime de terror, reduzindo a zero ou quase os direitos fundamentais das mulheres e das raparigas, embora estes tenham já assegurado que a "vida, propriedade e honra" vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.
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