"Queremos combater as grandes causas do momento, o combate à emergência climática. Ambiente, educação e desenvolvimento económico são as nossas preocupações", apontou Orlando Alves, de 69 anos, após a apresentação da candidatura que decorreu hoje e que contou com a presença do secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro.

Sobre o ambiente, o candidato do PS a Montalegre explicou que as propostas estão relacionadas com "a alteração de comportamentos, individual e coletivamente, para defender o planeta da morte que tem já sobre a cabeça".

Além da remoção de amianto no Bairro Albino Fidalgo em Montalegre, o candidato assume trabalhar o terreno entre o bairro e o rio Cávado para "implementação de hortas comunitárias e integração de um centro de compostagem".

E ainda a construção de um centro de recolha para depósitos de resíduos de construção civil, material elétrico e indiferenciado, a eliminação de lixeiras à beira da estrada, a implementação da rede concelhia para a recolha e tratamento de óleos alimentares.

O recandidato a Montalegre pretende ainda "expandir a rede concelhia de postos de carregamentos de carros elétricos para localidades e locais de apetência turística".

Sobre o turismo, Orlando Alves destacou ainda a vontade de dar início à musealização do troço da antiga mina da Borralha [freguesia de Salto] para "tornar visitável e potenciar a promoção turística e económica" e também constituir parcerias e captar fundos comunitários para construção de hotéis em Montalegre e na Borralha.

O socialista revelou ainda a intenção em construir um canil na vila de Salto e ampliar as zonas industriais de Montalegre e Salto.

O autarca apontou ainda a intenção de concretizar a implementação do centro de estudo, divulgação e investigação do Património Agrícola do Barroso, destacando esta distinção atribuída a Boticas e Montalegre em 2018 pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Orlando Alves abordou ainda o processo a decorrer no Ministério Público contra o presidente e vice-presidente da Câmara de Montalegre garantindo não ter "vergonha de falar sobre esses assuntos".

"Se sou arguido, tal só resulta do mau caráter dos candidatos do PSD que não têm ideias, não fazem propostas, mas sabem fazer delação, sabem fazer enxovalho e sabem meter a polícia na câmara, na casa das pessoas e nos escritórios das empresas. Isto já não é forma de fazer política", referiu.

Em 05 de março, o Ministério Público divulgou que deduziu acusação contra o presidente e vice-presidente da Câmara de Montalegre e um empresário local, imputando-lhes a prática, em coautoria, de um crime de prevaricação.

O candidato da coligação PSD/CDS-PP, José Moura Rodrigues, tinha abordado, em 04 de agosto, também este processo judicial em declarações à Lusa sobre a sua candidatura à câmara.

"Isto [o processo judicial] resulta de investigações, pela falta de transparência e procedimentos pouco claros e amiguismos nomeadamente ao nível das obras. Encomendámos um trabalho a uma equipa técnica independente, em que dos pedidos de informação de 50 ou 60 obras, selecionámos sete e a equipa técnica fez um relatório que concluiu que a câmara tinha pago 41% a mais daquilo que tinha sido realizado. Isto foi entregue ao Ministério Público e esperamos apenas que seja feita justiça", apontou.

O PS lidera desde 1989 a autarquia de Montalegre e nas eleições de 2017 conquistou cinco mandatos contra dois da coligação PSD/CDS-PP.

Além da candidatura de Orlando Alves, concorrem às eleições José Moura Rodrigues pela coligação 'Todos por Barroso' do PSD/CDS-PP e José Augusto Afonso pela CDU.

As eleições autárquicas estão marcadas para 26 de setembro.

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