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Candidato a líder do PSD? "Não quero dar uma resposta durante a campanha"

Jorge Moreira da Silva foi o convidado desta quarta-feira do programa 'Grande Entrevista' da RTP3.

Candidato a líder do PSD? "Não quero dar uma resposta durante a campanha"
Notícias ao Minuto

23:58 - 08/09/21 por Notícias ao Minuto

Política Jorge Moreira da Silva

Jorge Moreira da Silva foi o convidado desta quarta-feira do programa 'Grande Entrevista' da RTP3, numa altura em que o seu nome é apontado à liderança do PSD.

Atualmente, é diretor da Cooperação para o Desenvolvimento da OCDE, mas já foi líder da JSD, secretário de Estado, ministro do Ambiente, vice-presidente do PSD, e consultor das Nações Unidas e da Comissão Europeia.

A entrevista começou com uma referência ao seu livro, 'Direito ao Futuro', que editou recentemente.

De acordo com Moreira da Silva, o título diz respeito a uma "constatação de que estamos a viver um momento definidor, vivemos uma crise de que não há memória desde a Segunda Guerra Mundial e estamos [os agentes políticos] a passar por ela de uma forma superficial e até com algum sonambulismo".

"Vivemos um conjunto de desafios globais, mas também de problemas estruturais em Portugal, que, em termos práticos, estão a onerar os nossos filhos e os nosso netos. Estamos a viver a crédito. Estamos a viver a crédito do planeta e das próximas gerações", explicou, acrescentando que "quando não damos a resposta certa, ambiciosa, célere a questões como as climáticas e as crises migratórias, as desigualdades ou a pobreza, estamos a gerar uma hipoteca".

"Hoje mais gente vive em países que não são democráticos"

Para o antigo ministro do Governo de Passos Coelho, de 2016 até 2021, "assistimos à desastrosa gestão da crise dos refugiados da Síria, à maior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial, à inação da mudança climática, apesar de todos os alertas que os cientistas nos têm lançando, teimamos em seguir numa direção pouca ambiciosa, a uma tensão comercial entre os EUA e a China e o rejuvenescimento dos regimes autocráticos".

"Muitas vezes as pessoas não têm noção disso, mas hoje mais gente vive em países que não são democráticos ou com democracias meramente formais, mas não reais", sublinhou.

Futuro líder do PSD?

Apesar de ser apontado como futuro líder do PSD, Moreira da Silva garante que o livro 'Direito ao Futuro' "não tem o objetivo servir de manifesto eleitoral", contudo, admite que foi uma "tomada de posição".

"No fundo apresento-me às pessoas com mais ideias apesar de já o ter feito noutras ocasiões. Tenho a mania de por em escrito as coisas que vou pensando [...]. Num momento como este, quem tem ideias tem a obrigação de as apresentar e a política depende, essencialmente, das ideias, das propostas", defendeu.

Para o antigo secretário de Estado, há uma "escassez de alternativa, de pensamento próprio, de densificação de conceitos e até exaspera um pouco o facto deste vazio estar a ocorrer numa altura em que tão necessitados estamos de respostas".

Questionado diretamente sobre a probabilidade de se candidatar à liderança do PSD, se as eleições autárquicas provocarem instabilidade no partido, Moreira da Silva respondeu que não pode falar, neste momento, sobre o tema.

"Sou militante de um partido e quando se é militante de um partido existem regras básicas e o mínimo que se pode fazer é, no meio de uma campanha autárquica, não estar com este tipo de conversas. Portanto, tenho o maior interesse que o PSD vença as eleições autárquicas e não é por não ter uma resposta à pergunta que me está a fazer, é porque não quero dar uma resposta, porque entendo que qualquer resposta que possa dar não está em linha com o dever de reserva que deve existir numa altura em que estamos em campanha", argumentou.

Leia Também: "Candidato-me não a este ou aquele pelouro, mas à presidência da Câmara"

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