Jorge Sampaio, antigo Presidente da República (1996/2006), morreu hoje aos 81 anos, depois de ter estado internado no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, desde 27 de agosto, com dificuldades respiratórias.
"Recebi com choque a notícia da morte de Jorge Sampaio, como todos aqueles que foram camaradas no PS e companheiros da sua longa carreira política. Tenho uma memória de Jorge Sampaio muito delicada, porque ele era uma pessoal encantadora do ponto de vista pessoal", declarou o antigo líder do PS (2004/2011) e antigo primeiro-ministro (2005/2011).
José Sócrates referiu que teve um contacto político e institucional mais próximo no último ano em que Jorge Sampaio foi chefe de Estado e ele próprio estava no seu primeiro ano como líder de um executivo de maioria absoluta do PS.
"Tive a oportunidade de transformar aquilo que era uma relação de companheiro político numa relação institucional, da qual ficou uma grande admiração da minha parte por ele, sobretudo pelas suas características pessoais e por ser um homem de espírito. Se é possível identificar um traço político que sobressaia, destaco o seu profundo respeito às instituições democráticas", defendeu o antigo primeiro-ministro.
Segundo José Sócrates, Jorge Sampaio mostrou-se sempre "muito preocupado e atento à preservação da reputação e do prestígio da institucionalidade democrática".
"Foi sempre visto como um advogado que colocava acima de tudo os direitos individuais, os direitos constitucionais, aquilo que se chamam os direitos, liberdades e garantias. Foi fiel a isso durante toda a sua vida", observou.
José Sócrates salientou depois a sua "simpatia e amizade" por Jorge Sampaio: "Um homem muito afável, muito bom companheiro, do qual fiquei amigo e do qual me fui lentamente tornando admirador".
Leia Também: Óbito/Sampaio: Passos Coelho lamenta "grande perda" para Portugal