CDU quer alterar cálculo da renda apoiada em Lisboa e reduzir prestações

O cabeça da lista da CDU à Câmara de Lisboa, João Ferreira, defendeu hoje alterações ao cálculo das rendas apoiadas para redução destas prestações, durante uma ação de campanha na freguesia de Marvila, na zona oriental da cidade.

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© Artur Machado/Global Imagens

Lusa
19/09/2021 19:39 ‧ 19/09/2021 por Lusa

Política

Autárquicas

 

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Pelas ruas de Marvila, a comitiva da CDU (PCP/PEV) ouviu críticas sobre os valores elevados das rendas e contra a Gebalis, por moradores que atribuem a esta empresa, gestora dos bairros municipais, muita responsabilidade pela degradação dos espaços desta freguesia periférica, onde há um pouco de tudo, embora com maioria de casas sociais.

Atualmente o valor da renda apoiada é fixado em 30% do rendimento bruto de um agregado familiar, o que, segundo o candidato, "em famílias de rendimentos mais baixos é um peso, em muitos casos excessivo ou até insuportável" e "injusto".

A habitação era precisamente o tema de uma tribuna pública que a CDU realizou junto ao Futebol Clube Recreativo do Rossão, no centro do bairro municipal Marquês de Abrantes, onde até há poucas décadas existiam barracas com vista para o Tejo.

João Ferreira levava uma outra proposta para o cálculo das rendas. A CDU defende que o cálculo deve ter em conta o rendimento líquido de cada família, "uma vez que é com esse que as pessoas fazem contas à vida e pagam as suas contas ao fim do mês".

"Nós propomos que o valor de 30%, que ainda assim consideramos elevado, possa ser reduzido. Apontamos aos 15%, um valor que se coaduna com aquilo que estas famílias podem efetivamente suportar", disse, sublinhando que a proposta vai em linha "até com o que são as recomendações internacionais sobre o que deve ser o peso dos custos com a habitação no conjunto de despesas de um agregado familiar".

Pedro C., militante da CDU, foi de outra zona de Lisboa morar para Marvila há quatro ou cinco anos, quando ainda esperava juntar dinheiro para ter a casa própria. Não conseguiu, travado pelo aumento dos preços, sempre acima das suas poupanças.

Em Marvila, foi confrontado com o "sentimento muito pesado" que é "a realidade de viver numa zona que está claramente à margem" da cidade até nos serviços básicos: a internet não tem fibra, há uma avaria da água e os serviços "só vêm de manhã porque é uma zona perigosa", ou quando se pede uma pizza e dizem que não fazem entregas no bairro, contou.

Entre várias prioridades, António Augusto, eleito da CDU na Assembleia Municipal e antigo presidente da junta de Marvila, quer derrubar 200 metros de um muro na Rua José Patrocínio, por impedir o autocarro da Carris que serve Marvila de ir até ao bairro da PRODAC, obrigando estes moradores a usarem ou o transporte próprio ou a andarem a pé.

Este, disse, é apenas um exemplo de falta de transportes públicos numa freguesia periférica, atualmente com cerca de 40 mil habitantes, mais de 33 mil deles eleitores: há zonas na freguesia, com ruas estreitas e de apenas um sentido, onde o autocarro não vai, porque não consegue dar a volta.

"As pessoas que lá moram dizem que estão presas, a não ser que tenham carro. Estão ali presas e pagam impostos como os outros", disse.

Além de João Ferreira, concorrem à Câmara de Lisboa o atual presidente, Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), Beatriz Gomes Dias (BE), Manuela Gonzaga (PAN), Bruno Horta Soares (IL), Tiago Matos Gomes (Volt Portugal), Nuno Graciano (Chega), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Liber (movimento Somos Todos Lisboa).

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